terça-feira, dezembro 26, 2006

Proibido para menores

"Os altos juros bancários só vão cair com o aumento da competição no sistema financeiro". A frase não é do Conselheiro Acácio, mas de Henrique Meirelles.
E como vai aumentar a competição entre os bancos? "A competição será induzida pela estabilidade econômica e por normas criadas pelo governo para esse fim". A resposta também é de Meirelles. Parece o pessoal do Plano Real, ao abrir o mercado bancário às instituições estrangeiras, sob a alegação de que a vinda de grandes bancos do exterior traria com ela a competição. Nada contra bancos estrangeiros, mas visto alguns anos depois, a alegação restou como uma boa piada. Embora a taxa básica esteja em queda, e o crédito na economia continue mirrado, os juros pagos pelos viventes aumentaram. Portanto, depois de todos os anúncios, os spreads bancários estão ainda largos. Difícil acreditar que a competição possa aumentar com as medidas anunciadas até aqui. Pelas suas características, o setor bancário é quase um oligopólio. As barreiras de ingresso são enormes, os serviços oferecidos muito semelhantes e a diferenciação se faz pela propaganda. Quando a isso ainda se soma um governo altamente endividado, que aspira boa parte das poupanças no mercado e remunera o capital financeiro, a coisa não tem como fechar.
Só mesmo o Conselheiro Acácio para tornar solene a velha conversa fiada.

APARELHAMENTO



Confiram a íntegra da matéria aqui.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Previsões para 2007

Eu não sou, nem devo ser, astrólogo. E fazer previsões é especialmente arriscado no Brasil. Mesmo assim, boa parte dos problemas políticos e das chamadas questões nacionais, permitem, sim, um prognóstico de Ano Novo. Embora correndo riscos, portanto, o signatário considera que, em 2007, vai muito provavelmente acontecer o que se segue com os temas listados:
Ajuste fiscal: o economista, Delfim Netto vem há tempos batendo na tecla de que está em curso uma assustadora conta que não fecha na economia. Previsão: pouco ou nada vai mudar da tendência em 2007, apesar da conversalhada a respeito. Os "desenvolvimentistas" do governo vão dizer que fazer cortes significa cortar na área social. Empurra-se tudo com a barriga.
Base aliada: as bancadas que apóiam o Governo, depois de cobrarem alto preço por isso, vão continuar dando constantes sustos no Planalto.
Banco Central: seja quem for o presidente, e seja qual for a velocidade em que promover a baixa dos juros, será malvisto e criticado e levará a culpa pelo baixo crescimento do país. Pouquíssima gente reconhecerá seu papel no combate, bem sucedido, à inflação.
Congresso Nacional: mesmo renovado em 40%, deve manter o padrão. Não vai moralizar gastos excessivos. As CPIs que não derem em pizza serão as de importância secundária. Crescimento: a cifra que vier a apresentar estará invariavelmente abaixo dos desejos de boa parte da sociedade.
Justiça: apesar da justeza da reforma empreendida este ano, continuará lenta e injusta.
Oposição: fará muito barulho e fingirá estar unidíssima.
Polícia Federal: continuará fazendo operações espetaculares e colocando algemas em alguns figurões. Enquanto isso, sobrecarregada, com menos gente do que precisaria ter e menos dinheiro e dividida em várias facções políticas.
Política externa: o presidente Lula continuará tendo idéias e fazendo viagens.
PMDB: guloso e voraz, o partido faltará no Congresso em momentos importantes
Reforma política: agora que o Supremo derrubou a cláusula de barreira, só serão aprovados pelo Congresso penduricalhos sem importância. Nenhum dos temas-chave seguirá adiante. Reforma da previdência: todo mundo continuará a favor, desde que só sejam cortados os benefícios alheios.
Segurança pública: haverá profunda indignação a cada crime especialmente pavoroso ou crise grave.

Lula tem um exemplo a seguir

Há um mito no mundo da ciência política. Dizem que um segundo mandato é sempre pior do que o primeiro. A imagem do líder se desgasta, o Poder perde sua capacidade de iniciativa e o presidente se transforma no "pato manco". Embora seja uma daquelas teses jamais comprovadas, ela conta com algumas evidências empíricas. FHC, por exemplo, saiu-se melhor com o Plano Real, do que no governo seguinte, marcado pelo Apagão e pela estagnação econômica. Bush hoje é uma sombra do seu passado . Dito isso, nada indica que a maldição de um segundo mandato medíocre se repetirá com o presidente Lula. Ao contrário, os sinais surgidos após sua reeleição apontam na direção inversa. Um Lula 2.0, conciliador e mais experiente. E o paralelo histórico mais adequado talvez seja o de François Mitterrand, um líder socialista que também chegou ao poder após uma vitória cercada de expectativas e simbolismos. O primeiro mandato de Mitterrand teve dois componentes centrais: a sua forte coloração ideológica e o seu compromisso com os ideais da gauche française. Ainda assim, Mitterrand foi reeleito. O povo francês deu uma segunda chance a um dos seus heróis da Resistência. A diferença é que no seu segundo mandato, Mitterrand teve a sabedoria de captar os ventos da mudança. A mudança entre o primeiro e o segundo mandato foi tão profunda que seus velhos aliados passaram a chamá-lo de "mythe errant". A despeito disso, ele deixou um legado de modernidade e ainda hoje é tido pelos franceses como um de seus melhores presidentes. No Brasil de hoje, Lula é nitidamente um presidente em busca de um modelo que o inspire. Seu único compromisso é com a imagem que deixará para os livros de História. Talvez por isso, ele tenha dito que, enquanto o seu primeiro mandato foi o da "divergência", o segundo será o da "convergência". E a habilidade que Lula vem tendo para formar uma ampla coalizão no segundo mandato indica um governo mais suave, mais estável e com menos fricções. Há poucos dias, o presidente também fez uma confidência. Quer crescimento, pressente a necessidade de mudança e tenta asfaltar um ambiente político menos carregado. A única coisa que lhe falta, nessa versão 2.0, é a coragem de ousar.

PELAS COSTAS

O deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) levou uma facada nas costas, nesta segunda-feira, em Salvador. Segundo a assessoria, ACM Neto estava saindo de seu escritório, no bairro da Pituba, quando uma mulher, por volta de 35 anos, esfaqueou o parlamentar. A mulher foi detida e ACM Neto está em um hospital de Salvador. O deputado não corre risco de morte.
"Vaso ruim não quebra"

domingo, dezembro 10, 2006

Mundo Moderno

Eu já sabia!!!

Um estudo da Unicamp sobre a qualidade da água para consumo em Campinas revelou a presença de hormônios sexuais femininos. A pesquisa coletou, durante quatro anos, amostras de água bruta e potável na bacia do rio Atibaia, que abastece cerca de 92% de Campinas. Na água potável, foram encontrados um micrograma de progesterona por litro. Portanto, ao beber dois litros de água por dia, uma pessoa pode ingerir 60 microgramas dessa substância por mês.
Semana que vem sairá o resultado da água de Pelotas. Aguardem.

No Mínimo...

Alô, alô W Brasil
Chuvas em São Paulo podem ser praga de publicitários - ô, raça! Desde que foi aprovada a tal lei que acaba com anúncios luminosos na cidade, é uma enchente atrás da outra. Fala tu, Washington!
Candidata natural
Foi só saber que Lula e dona Marisa querem adotar uma menina e Marta Suplicy já lançou sua candidatura.
Ô, raça!
Washington Olivetto nega que chuvas em São Paulo sejam praga de publicitários em represália à proibição de anúncios luminosos na cidade. Só mesmo os publicitários não sabem do que são capazes os publicitários.
Melhor que bursite
Lula sente-se confortável para assumir segundo mandato. Torção no tornozelo é mole para quem já tomou posse com bursite.
Mulher de malandro
Do jeito que Adelaide apanha na Austrália, Romário vai acabar dando queixa na Delegacia de Mulheres. O Baixinho está um trapo.
Programa de índio
Lula quer tomar posse com moderação em festa sóbria. Ou seja, a passagem do primeiro para o segundo mandato promete ser uma chatice total. Essas coisas a oposição não vê!
Exagero Calma!
São Paulo não vai virar mar - e vice-versa, se Deus quiser.
Cachecol nunca mais
Ilze Scamparini pode ter tropeçado no cachecol ao fraturar a perna na Turquia. De volta a Roma, seus médicos recomendaram-lhe repouso e muita gola rolê.

O Supremo e Gianecchini

Por essas ninguém esperava: Gianecchini com Carolina Ferraz e o Supremo, por unanimidade, derrrubar a cláusula de barreira.
No caso da cláusula de barreira, o argumento de que é preciso tolerar a convivência com os desiguais não vale para a bagunça e a desmoralização do quadro partidário. A decisão do Supremo é um retrocesso. Mas vou ficar calado porque essa decisão favorece o partido da musa Manuela D´Ávila. Quanto a Gianecchini, o diabo tá solto. Fontes dizem que o homem agora tá atacando do Leme ao Pontal. Para o Gianecchini, não há cláusula de barreiras.

RAPIDINHAS

Bradesco deve acelerar crescimento
Depois da divulgação do último ranking do BaCen, que trouxe pela primeira vez o Itaú à frente do Bradesco como maior banco privado em ativos, analistas acreditam que o Bradesco deve acelerar a compra de alguma outra instituição para crescer e recuperar o terreno perdido. Entre os alvos possíveis aparecem, por exemplo, BBM, Votorantim e ABN Amro Real.
Demanda da cana faz faltar tratores no mercado paulista
O crescimento da produção e a alta capitalização do setor de cana já faz faltar alguns tipos de trator no interior de São Paulo.
Conab prevê produção de grãos em 120,2 milhões de t na safra 2006/07
O presidente da Conab, Jacinto Ferreira, informou que a safra 06/07 será de 120,2 milhões de toneladas, ou 1,1% a mais que a colheita da safra anterior.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Anistia para Dirceu

O ex-ministro discorre sobre uma porção de coisas, inclusive sobre sua luta para ser anistiado. Quem estiver organizando o abaixo-assinado pela anistia de José Dirceu pode mandar o papel para mim que eu assino. Eu sou a favor da anistia para o ex-deputado José Dirceu. Ele é acusado de uma série de crimes e espera o veredicto da Justiça. Será absolvido. Mas há a questão política. Dirceu foi condenado politicamente pela Câmara dos Deputados à perda do mandato e da elegibilidade até 2016. Sob qualquer ângulo que se enxergue a pena, ela é excessiva. O sistema brasileiro é medieval e perverso. Esta coisa de os parlamentares poderem cassar mandatos de colegas e torná-los inelegíveis por uma década inocula elementos adicionais de barbárie no tecido político nacional. Anistiar José Dirceu não afrontaria os que decidiram pela sua condenação, seria antes que tudo um gesto de humanidade, de reconciliação.

Tucanos...

A cara de pau dos tucanos não tem limite. O candidato derrotado, Geraldo Alckmin, vem a público criticar a aliança do presidente Lula com o PMDB. Diz que foi feita com base na divisão de cargos e não em torno de um projeto. Onde venceu, o PSDB está compondo com outros partidos sem fazer sequer uma carta-compromisso. Veja as declarações. Pode?

BNDES prevê R$ 30 bi para investimento em infra-estrutura

O presidente do BNDES, Demian Fiocca, afirmou que, no final do ano, de acordo com projeções, a instituição terá aprovado, em 2006, investimentos de R$ 30 bilhões em novos projetos de infra-estrutura. Segundo a instituição, metade desse total terá sido aplicado em parceria com outras empresas ou instituições. Ele afirma que o BNDES deu destaque, em 2006, a projetos na área de energia elétrica e na recuperação de ferrovias.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Para entender a questão da dívida pública

Uma questão inicial é entender que, do mesmo jeito que o Brasil deve, ele tem a receber. Assim, o importante é tratar da dívida líquida, que é a diferença entre o que se deve e o que se tem a receber. Considerando então a dívida líquida externa, temos, então, uma boa notícia: o Brasil, hoje, é um credor líquido externo, ou seja, o que ele deve a outros países é inferior ao que tem a receber de outros países. E não é pouco, porque, segundo o Banco Central, isso chegou em outubro a 2,1% do PIB brasileiro – mais ou menos uns R$ 44,7 bilhões. Isso aconteceu porque o governo Lula resolveu acabar com a vulnerabilidade externa da dívida pública federal. Passou a quitar os compromissos que podia, em títulos públicos indexados ao dólar e também em relação aos empréstimos que o governo FHC tomou no Fundo Monetário Internacional. Desta maneira, podemos dizer que hoje o Brasil não deve, mas sim tem a receber, e está livre do FMI, como ressaltou várias vezes o presidente Lula. Por outro lado a grande questão não é o que deve o Brasil, mas o que o governo deve para os brasileiros, a dívida interna. Considerando o conceito de Dívida Líquida do Setor Público consolidado (União, Estados, municípios e estatais dos três níveis), cuja sigla é DLSP, o total é a soma da dívida interna, formada na maior parte pelos títulos públicos, com a dívida externa. A dívida líquida cresceu bastante no governo FHC – voltando ao patamar dos anos 80. Só que, diferente dos anos 80, quando tivemos a crise da dívida externa causada pelos choques do petróleo, no governo FHC o aumento foi causado pela elevação da dívida interna, seja pelo aumento da emissão de títulos, seja por conta dos juros reais daquele período. São vários os motivos que levaram ao crescimento da dívida líquida interna. Os tucanos costumam afirmar que é resultado da renegociação das dívidas dos Estados e municípios, quando a União assumiu vários compromissos deles, e também dos “esqueletos”, que eram aquelas dívidas que um dia o governo teve de reconhecer. Isto é e não é verdade. Boa parte do aumento da dívida interna foi causada pela falta de controle fiscal nos primeiros quatro anos do governo FHC e também pela âncora cambial praticada naquele período, fora os juros reais que mencionei. Os tucanos não gostam quando se fala nisso, mas no primeiro mandato de FHC, em vez de superávit primário, eles fizeram déficit primário. Além disso, só fizeram a Lei de Responsabilidade Fiscal porque o FMI colocou isso como condição em 1998, quando pediram empréstimos. E para manter o dólar baixo, o governo FHC emitiu títulos públicos a torto e a direito, pegando dinheiro no mercado e comprando dólares para segurar o câmbio. Na prática, só estavam aumentando o endividamento público, chegando ao absurdo de emitir títulos públicos para conseguir pagar os juros da dívida que haviam criado, num círculo vicioso. O gráfico acima resume, de maneira geral, a herança maldita que o governo Lula recebeu e que não terá solução em breve. O mais importante, no gráfico, é ver que no governo Lula caiu a dívida líquida total do setor público consolidado. Ela baixou de 55,5% do PIB, em dezembro de 2002, para 49,5% do PIB em outubro passado – o menor valor desde 2001, em especial por causa do esforço na liquidação da dívida externa, o que é muito bom, porque creio que todos e todas se lembram do que aconteceu em 2002, quando o dólar disparou e levou junto a dívida pública. Resolvida a questão da dívida externa, o Brasil e o governo Lula precisam encarar de frente a dívida interna. Os juros têm que cair para que caia também o serviço da dívida e assim o governo tenha mais recursos para investir no social, reduzindo a pobreza e melhorando a educação, a saúde, o trabalho e as condições de vida do povo.

A GLOBO TEM PAVOR DE JOSÉ DIRCEU

O Companheiro Zé Dirceu sempre fez, no PT, uma muito necessária ponte entre o onguismo bem-intencionado de muitos petistas e o pragmatismo de classe média de outros petistas. Do onguismo sem política nasceram os fundamentalistas do PT. Do pragmatismo de classe média, também sem política, nasceram os aloprados. Zé Dirceu sempre soube tornar operável e produtivo esse elo entre o PT fundamentalista e o PT ongueiro. Nesse trabalho fez inimigos dentro do PT. Mas esse trabalho do Zé Dirceu construiu a primeira eleição do presidente Lula. Sempre tive a impressão de que, no momento em que o já então ministro José Dirceu foi obrigado a operar aquele mesmo elo, ao mesmo tempo dentro do PT e dentro do governo, a tarefa tornou-se gigantesca demais. Afinal, essa tarefa seria gigantesca demais para qualquer gigante, mesmo para um gigante como Dirceu. Foi quando o Zé foi degolado pela direitona. Na degola de Zé Dirceu a direitona ganhou uma batalha muito importante. E toda a esquerda perdeu uma batalha!!!

Lula: bem situado

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prestes a confirmar mais um mandato presidencial, não fala com o vizinho peruano, Alan Garcia, que não tem a simpatia do recém-eleito presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa. O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, também tem problemas com Chávez. Ao sul, o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, promove uma escalada de hostilidades contra o vizinho presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez. Um único chefe de Estado na região tem reconhecimento internacional e trânsito relativamente fácil nos palácios de todos esses políticos: Luiz Inácio Lula da Silva. A inclinação do continente à esquerda com as eleições presidenciais em vários países sul-americanos tem importantes repercussões no campo comercial. Os dissabores da Petrobras na Bolívia, apontados por análises ligeiras como sinal de fraqueza e de fracasso da política externa, funcionam, ao contrário, como cacife para o governo brasileiro, que recebe sinais discretos de satisfação por parte de outras multinacionais brasileiras muito bem sucedidas em negócios na vizinhança - da Ambev à Embraer, da Odebrecht à Abimaq. A decisão de não partir para hostilidades contra o boliviano Evo Morales, porém, foi importante do ponto de vista diplomático, para garantir ao Brasil um canal de diálogo político com o governo da Bolívia, frágil como a maioria dos governos da região andina. O ministro de Hidrocarbonetos mais radicalmente hostil ao Brasil, Andrés Soliz Rada, foi ejetado do governo, e o acordo fechado pelo sucessor, Carlos Villegas, para a continuidade das operações da Petrobras na extração de gás, está longe do confisco que se chegou a ensaiar. Lula atravessou a crise com a Bolívia sem concessões reais excessivas e sem rupturas, credenciando- se a participar - e até ser o principal interlocutor - de um futuro esforço internacional de conciliação, caso se agrave a incipiente crise institucional naquele país. A longa e ríspida negociação entre Petrobras e Bolívia, além do aval concedido pelo governo para a interrupção dos investimentos antes programados pela estatal para a economia boliviana, são uma demonstração, a outros governos, especialmente ao recém-eleito presidente do Equador, de que há riscos sérios embutidos na radicalização do nacionalismo contra os interesses de empresas brasileiras.

Fundos de Pensão

Com investimentos ao redor de R$ 350 bilhões, os fundos de pensão há muito desempenham papel de destaque na economia do país. Agora, em linha com o cenário de crescimento com geração de emprego e renda que se desenha no segundo mandato do presidente Lula, estão prontos para o seu mais importante desafio: ser um dos principais atores na modernização da infra-estrutura brasileira. Segundo o BNDES, deverão ser investidos R$ 198 bilhões em infra-estrutura até 2010. Hoje, cerca de R$ 190 bilhões dos investimentos dos fundos de pensão estão lastreados em títulos públicos federais. Com inflação estabilizada e os juros em queda, muito em breve tais aplicações não mais renderão 6% reais ao ano. O desafio tem sido, há muito tempo, buscar alternativas, de preferência em ativos reais da economia, mas com um perfil adequado e estável ao longo do tempo. Ao propiciar rentabilidade suficiente para garantir o pagamento dos benefícios dos participantes, os investimentos em infra-estrutura oferecem as características e garantias necessárias para se transformar na principal alternativa para os fundos de pensão. Vislumbra-se que, num período entre três e oito anos, próximo a R$ 80 bilhões daqueles investimentos em títulos públicos sejam direcionados no investimento direto em empresas e em projetos no setor de infra-estrutura.

domingo, dezembro 03, 2006

Venezuela

Com mais de vinte pontos à frente, Chávez deve ser reeleito presidente da Venezuela. Oposição consegue se unificar e mostrar que tem base social. Principais desafios do próximo mandato são melhorar serviços públicos, atender demandas sociais e debater o que seria o “socialismo do século XXI”.

sábado, dezembro 02, 2006

RAPIDINHAS

Itaú adquire cota no Yahoo!
Como patrocinador do Especial, a Credicard Itaú terá exclusividade no espaço de mídia do canal e direito a uma campanha de banners para incentivar os clientes a usarem os cartões.

BNDES identifica R$ 1,1 trilhão em investimentos
Mapeamento efetuado pelo BNDES constatou que as empresas brasileiras de 16 setores econômicos projetam investimentos de cerca de R$ 1,1 trilhão em plantas novas para os próximos três anos.

Petrobras retoma produção na Bolívia
A Petrobras Bolívia informou que retomou a produção no campo de Caranda, na região de Santa Cruz de La Sierra.

Setor sucroalcooleiro é destaque na balança comercial
O assessor técnico da comissão de comércio exterior CNA, Antonio Donizeti Beraldo, avaliou hoje que o grande destaque da balança comercial do agronegócio nos dez primeiros meses do ano, é o setor sucroalcooleiro. As exportações de açúcar e álcool cresceram 59,1% no período de janeiro a outubro, totalizando US$ 6,16 bilhões.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Anos tucanos

Aloprado foi torturado

O aloprado Gedimar Pereira Passos, ex-agente da Polícia Federal, está neste instante fazendo uma denúncia de tortura que teria sofrido na PF ao ser preso em São Paulo no dia 15 de setembro. Ele depõe à CPI dos Sanguessugas e já provoca movimentação no gabinete do diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, que já foi avisado da acusação. Gedimar contou que foi preso por um policial civil que faz bico no Hotel Íbis, em São Paulo, onde ele estava hospedado. Menos de cinco minutos depois, chegaram ao hotel agentes federais comandados pelo delegado Edmilson Bruno. O aloprado perguntou aos agentes: - Como vocês chegaram até mim? O agente responde: - Sabe como é, né?! Tudo é grampo. Gedimar então disse: - Vocês fizeram a maior besteira. Vocês grampearam a campanha do presidente. Como vocês vão explicar isso? Não recebeu resposta. Edmilson então teria dito a Gedimar: - Você faz as declarações e nós liberamos você. Gedimar foi levado à PF para fazer declarações: - Me perguntaram se o presidente Lula sabia disso. Eu disse que não. Me perguntaram se a Dilma Rousseff sabia. Eu disse que não. Me perguntaram se o Gilberto Carvalho sabia. Eu disse que não, afirmou, relatando como foi o depoimento à PF. Uma equipe da Globo riscou no hotel ainda a tempo de registrar a saída de Gedimar algemado. Na sede da Polícia Federal em SP, Gedimar diz ter sido preso e não lhe foi dado o direito de chamar um advogado ou de ligar para a família para avisar do ocorrido. Gedimar ficou preso até domingo e na segunda foi transferido para o Mato Grosso. Ao chegar ao aeroporto, foi levado pelo saguão, quando poderia, de acordo com ele, ter saído dentro de uma viatura. Gedimar foi levado direto para o presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá. - Fui levado por três agentes com lanterna para uma ala que estava sendo destruída, estava semi-destruída. Fui literalmente jogado e fiquei com água até a canela. Fiquei com o corpo cheio de feridas. Fiquei de meia noite até meio-dia (...) O senhor (Gabeira) já viu alguém passar 13 horas na cela de um presídio com água até as canelas para amolecer o juízo? Pois isso aconteceu. Quando levado do presídio para prestar depoimento à PF-MT, reclamou do tratamento com o delegado Diógenes Curado, que, disse rindo que não sabia de nada. - Deputado (Gabeira), você acha que eu não ia colaborar com o delegado depois de tudo isso? Jamais! Uma vez que o juízo dele amoleceu, Gedimar prestou depoimento, envolveu na operação de compra do dossiê o agente de segurança de Lula, Freud Godoy, e o resto vocês já sabem.

Haja...

Vejo na FSP o Tasso "Dias Contados na Presidência do PSDB" Jereissati dizer que o tucanato tá com depressão pós-eleitoral. Tá é com depressão pós-parto, isso sim. Depois das urnas, pariu um casal de gêmeos igualzinhos aos que nasceram em Londres: de cores distintas: Serra e Aécio. E infelizmente a gente vai ficar nessa canseira até 2010. Haja saco! Meu Deus, eu juro que não vou aguentar. Nem o Serra e o Aécio vão aguentar isso... Essa divisão vai atrasar o Brasil. Tudo vai ser em função desses dois. Ninguém merece!!!

segunda-feira, novembro 27, 2006

Cá pra nós, faz todo sentido

Em Santa Cruz do Sul (RS) a foto de uma placa do SESI de duplo sentido sobre o planejamento familiar.
Cá pra nós, faz todo sentido.

Seqüências Parisienses

O Partido Socialista ratificou, numa convenção em Paris, a candidatura de Ségolène Royal à eleição presidencial de 2007.
Ségolène Royal não é a Hillary Clinton francesa, como disse, uma reportagem do Salon. Ségolène milita no PS há 30 anos e tem um biografia política bastante distinta da carreira de seu companheiro, François Hollande, deputado e principal dirigente socialista. Ela já foi ministra três vezes (ele não foi nenhuma), é deputada desde 1988 e ocupa agora um dos governos regionais franceses, cargo ao qual Hollande nunca foi eleito. Na corrida à candidatura presidencial, ela deu nele de dez a zero. Hillary, ao contrário, cresceu na política à sombra de Bill Clinton. Embora tenha vindo de uma família numerosa, de poucas posses e de uma cidadezinha da Alsácia, Ségolène integrou-se ao establishment parisiense. Diplomada em Sciences Politiques, em Economia e em Direito, ela é – ainda e sobretudo – formada pela Ecole Nationale d’Administration. Puro produto do sistema meritocrático francês – armado pelos concursos que abrem o acesso às Grandes Ecoles – Ségolène seguiu o percurso universitário da elite que tem governado o país desde o fim da Segunda Guerra.
As duas primeiras viagens ao exterior que ela fará, como candidata do PS, serão no Brasil e na África do Sul. Como tudo o que ela vem fazendo é sempre algo muito estudado, o itinerário indica que a amizade com Thabo Mbeki e com Lula traz dividendos para a candidata da esquerda francesa. Indica também que diante da tranqueira em que se entalou a União Européia, a França procura outras alianças no campo internacional.

DE ONDE VEIO O DINHEIRO DO DOSSIÊ?

A colunista Dora Kramer disse que a oposição não está mais interessada na CPI dos Sanguessugas. Provavelmente porque, agora, a CPI só falta chegar a José Serra. Da mesma maneira que a CPI dos Correios apurou tudo menos “de onde veio o dinheiro”, é o caso de se perguntar, com a veemência de Fernando Gabeira: “de onde veio o dinheiro”?
De onde veio o dinheiro do Marcos Valério?
De onde veio o dinheiro dos aloprados?

Máximas e mínimas

Com a notória limitação de espaço que os jornais têm, especialmente na primeira pagina, talvez seja o caso, de contribuir com os leitores da Folha que não puderam ler na primeira página a chamada para importante revelação do repórter Kennedy Alencar. Alencar diz que um novo personagem teria participado da arrecadação dos recursos para comprar o dossiê que implica José Serra na compra de ambulâncias. “O banqueiro Daniel Dantas (grupo Opportunity)... ” Kennedy revela que “investigadores levam a PF a acreditar que parte significativa dos reais estava fora de circulação há algum tempo. Dantas teria uma grande reserva em moeda nacional para uso em operações dessa natureza...” Essa mesma limitação de espaço impediu que o Estadão, na semana que passou, desse na primeira página uma revelação razoavelmente importante: a delegada Elisabete Sato concluiu, num segundo inquérito que a morte de Celso Daniel não foi um crime político.

Os Marajás do serviço público

Oito anos depois de implantado pela reforma administrativa, o teto salarial do funcionalismo público continua sendo desrespeitado pelo País afora. Dados do Governo Federal mostram que ainda existem 129 servidores ganhando acima dos R$ 24,5 mil. Além disso, um levantamento que o CNJ divulgará amanhã revela que, nos Estados, cerca de 200 desembargadores estariam recebendo acima do limite. Esses felizardos representam 20% do total. Essa situação só se perpetua porque a maior parte desses Marajás tem dinheiro para pagar bons advogados e consegue decisões na Justiça lhes garantindo o direito de receber os valores integrais, mesmo contra o que diz a Constituição. O mais alto salário do Executivo Federal é de um professor da Universidade Federal do Ceará, que recebe a bagatela de R$ 38.275,44."
Leia mais
aqui.

sábado, novembro 25, 2006

AS MENINAS DO FIASCO

Segundo a coluna de Daniel Castro na Folha, vai mal de audiência o programa do Jô Soares que chegou a amargar um 4o lugar na madrugada de 3a para 4a feira.
Segundo Daniel, citando as concorrentes, maus resultados para o Jô vem ocorrendo desde outubro, leia aqui.

Marco Aurélio Garcia

Leiam a entrevista do presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, que está na Folha, mas esqueçam o título que está na capa do jornal, "Garcia defende PT no poder por uma geração”, que é completamente dirigido. Muito boa a entrevista, vale a pena. Leiam particularmente o que diz Marco Aurélio sobre os meios de comunicação.

Os alckmistas

quarta-feira, novembro 22, 2006

PUNKS?

Graças à MTV (que está divulgando seu Overdrive no YouTube), finalmente caiu na rede o famigerado vídeo da briga entre Dado Dolabella e João Gordo que não foi para o ar na TV. Vejam abaixo e tirem suas conclusões...

Agenda da coalizão

Estes são os compromissos que Lula quer que os partidos que o apoiarem assumam no segundo mandato de seu governo:
1 – Reforma política resultante de ampla concertação;
2 – Reforma tributária;
3 – Política econômica, monetária e fiscal comprometida com o crescimento mínimo de 5% nos próximos quatro anos;
4 – A evolução das despesas correntes deve ser inferior ao crescimento do PIB;
5 – Consolidação das políticas de transferência de renda em andamento;
6 – Fortalecimento da Federação;
7 - Criação de um Conselho Político.

ESCOLA BASE II

A doutora Elizabeth Sato é uma das mais respeitadas policiais de São Paulo. Ela é a delegada do 78º DP (Jardins) e acaba de concluir o segundo inquérito sobre a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel. A noticia saiu hoje numa pagina interna do primeiro caderno do Estadao, sem chamada na primeira pagina (clique aqui).
Tanto quanto no primeiro, no segundo inquérito a Dra. Sato concluiu que a morte de Celso Daniel não foi um "crime político". A Dra. Sato concluiu que os argumentos dos irmãos de Celso Daniel e dos promotores de Santo André não tinham fundamento. Eles é que exigiram (com a ajuda da imprensa) um segundo inquérito. A Dra. Sato concluiu que o primeiro inquérito estava certo. Logo, o segundo foi perda de tempo e de dinheiro. O primeiro inquérito se concluiu na gestão de Geraldo Alckmin, do PSDB. O segundo se concluiu agora, na gestão de Cláudio Lembo, do PFL. A cobertura da imprensa sobre a morte de Celso Daniel, porém, sempre teve a dimensão de um "crime político". A imprensa exumou a reputação de Celso Daniel e pisou nela. A única exceção foi o jornalista Percival de Souza, que, na TV Record, sempre disse ter motivos para acreditar na versão da polícia de São Paulo.
A cobertura do "caso Celso Daniel" é uma "Escola Base". E se olharmos com a sabedoria do espelho retrovisor, se verá que a "Escola Base" II foi a primeira tentativa de golpe da imprensa contra o Governo Lula. Que acabou por se consumar – com a ajuda do delegado Bruno – com a convocação do segundo turno.
Veja, abaixo, o levantamento sobre a corbetura do "crime político" conhecido como "Caso Celso Daniel", que aparecia nos telejornais do horário nobre com a freqüência da "previsão do tempo".
A cobertura da imprensa sempre acreditou na hipótese de crime político no caso Celso Daniel.
O prefeito de Santo André foi seqüestrado no dia 18 de janeiro de 2002 e o corpo dele foi encontrado dois dias depois em uma estrada em Juquitiba (78 km de São Paulo).
A Folha de São Paulo, publicou na edição do dia 19 de janeiro de 2002, que a primeira opção para o seqüestro era o crime político (
clique aqui).
Em 22 de janeiro de 2005, a Folha publicou um artigo com o título: "Assassinato do Estado". (
clique aqui).
O empresário Sérgio Gomes, o Sombra, chegou a ser apontado e preso como mandante do assassinato de Celso Daniel, conforme noticiou o Jornal das Dez, da Globo News, no dia 11 de dezembro de 2003 (
clique aqui).
Já o Fantástico veiculou na edição do dia 28 de agosto de 2005 que os promotores que trabalhavam no caso estavam convencidos de que o assassinato de Celso Daniel foi crime político. (
clique aqui).
Em 25 de novembro de 2005, O Estado de São Paulo publicou uma reportagem com a seguinte manchete: "Polícia começa a acreditar em crime político no caso Santo André". (
clique aqui).
Quatro anos depois da morte de Celso Daniel, O Estadão, insistia na hipótese de crime político (
clique aqui).
Um vídeo do YouTube mostra uma matéria de um telejornal que apresenta uma reportagem que mostra "documentos que põem em dúvida a versão da polícia de que o assassinato de Celso Daniel foi um crime comum" (
clique aqui).

sexta-feira, novembro 17, 2006

Ordem da Fênix

São extremamente rápidas, mas as primeiras cenas de Harry Potter e a Ordem da Fênix já podem ser vistas num comercial da rede de TV ABC Family (aqui.) A emissora promove em dezembro uma "semana Harry Potter", em que todos os filmes serão exibidos, culminando na estréia de seqüências inéditas do novo longa.

Hidrelétricas

Na Folha de hoje, as empresas, Furnas, Odebrecht e Leme Engenharia contestam estudos de cientistas sobre a hidrelétrica Madeira. É importante ler a matéria. Como se trata de um empreendimento de alto risco, como Angra 3 e a hidrelétrica de Belo Monte, todo esse debate deve ser transparente e público. O projeto só pode ser aprovado se realmente todas as medidas preventivas e adequadas à proteção do meio ambiente forem tomadas. O que não se pode aceitar é a imediata judicialização do contencioso, com o objetivo único e exclusivo de impedir a construção dessas hidrelétricas e de Angra 3, como já vem acontecendo. O Brasil não merece isso.

A nova realidade das Américas

A vitória de Lula no Brasil coincidiu com dois acontecimentos aparentemente sem ligação, ambos em nosso continente americano: a derrota do Presidente Bush e do partido republicano nas eleições legislativas americanas e a vitória de Daniel Ortega, da Frente Sandinista, na Nicarágua. Em dezembro, teremos eleições na Venezuela e, ainda este mês, o segundo turno no Equador. Assim vai se encerrando o ano de 2006, depois das eleições na Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Costa Rica e Brasil. Com os novos governantes e as duas eleições a serem definidas, está-se desenhando o novo mapa geopolítico do nosso hemisfério. A sua marca é a profunda consciência da necessidade urgente da integração política e econômica dos países latino-americanos, acima das diferenças partidárias e ideológicas, e apesar dos conflitos do passado e dos interesses nacionais nem sempre convergentes. A manifestação mais clara dessa realidade são as negociações, difíceis, entre o Chile e a Bolívia, na busca de uma solução ao contencioso histórico que separa os dois países – o mar e o gás –, as guerras do passado, e a perda de territórios, por parte da Bolívia, para o Chile e o Peru.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Bolívia

Uma empresa indiana (Jindal Steel and Power) ganhou a concessão para explorar a mina de ferro de El Mutun, na Bolívia. O relato de Amitabh Dubey, analista para a Ásia do Eurasia Group, é uma aula. Transcrevo um trecho: "A Jindal vai investir até US$ 2,3 bilhões ao longo de dez anos, gerando até 10 mil empregos e uma receita estimada de US$ 200 milhões para o governo boliviano. A companhia vai construir casas e infraestrutura no município vizinho de Puerto Suarez, reforçando o compromisso governamental com investimentos sociais". Enquanto uma histeria chauvinista em ano eleitoral pede ao Planalto e ao Itamaraty uma atitude supostamente "dura", vamos perdendo espaço para russos, indianos e chineses em nossas redondezas. Um bom exemplo de como a pretensa "defesa da Petrobrás" tem servido para enfraquecer os interesses do Brasil na vizinhança.

terça-feira, novembro 14, 2006

Verdade tem perna curta...

Repercussões sociais de alterações na Previdência

Treze bons pontos sobre o déficit da Previdência estão no blog do Luis Nassif, elencados pelo economista Amir Khair. Reproduzo os cinco primeiros, vale a pena ler todos eles.
"Nesses tempos de discurso único, um contraponto de Amir Khair a esses estudos recorrentes sobre o déficit da Previdência:
1) A Previdência Social é a maior política de seguridade social do país;
2) 67% dos aposentados e pensionistas ganham só até um salário mínimo;
3) A maioria vive na zona rural e o benefício ajuda a desenvolver a economia local e ajuda a fixá-los no campo;
4) O conceito de déficit precisa ser revisto, pois 63,5% do mesmo são devidos ao programa de assistência social;
5) O chamado "déficit" da Previdência Social é de 1,9% do PIB, inferior aos juros pagos pelo setor público."

segunda-feira, novembro 13, 2006

Richthofen

Promotores públicos desconfiam que estão no nome de Suzane Louise von Richthofen duas bem fornidas contas num banco suíço. Uma denúncia anônima encaminhada ao Ministério Público dá como certo que as contas 15.616 e 15.6161, abertas em 1988, no DBTC, atual Union Bancaire Privée, pertencem a família Richthofen. Estima-se que essas contas abriguem pelo menos 10 milhões de euros, dinheiro supostamente desviado das obras do Rodoanel, orçada em R$ 339 milhões, mas que acabou consumindo mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos. A construção do trecho foi administrada pela DERSA, empresa da qual o pai de Suzane, Manfred von Richthofen, era diretor. Os promotores desconfiam que essas contas estejam em nome de Suzane. Se essa impressão se confirmar, acreditam que a condenada tem boas chances, uma vez em liberdade, de manter seus direitos sobre elas – e a fortuna nelas guardada. Além dos números das contas suíças, o documento encaminhado aos MPs detalha outras instituições financeiras com as quais Manfred operava. Segundo a denúncia, parte do dinheiro passava pelo Citibank. Outras duas contas correntes, ambas na Nossa Caixa, teriam recebido aportes consideráveis pouco antes da morte de Manfred. E mais: os promotores suspeitam que a viagem que o casal Richthofen fez à Suiça, um mês antes de morrer, foi exatamente para tratar das finanças aportadas no Exterior. Ainda segundo a denúncia, Manfred usou a documentação de sua filha para lavar esses milhões de reais. Ou seja, tecnicamente ela é dona do dinheiro. Os promotores, é claro, estão prontos para inquirir Suzane sobre o assunto. Nos próximos dias, tanto ela como os irmãos Cravinhos, que executaram os crimes, serão chamados para contar o que sabem. Logo após os assassinatos, Daniel, então namorado de Suzane, chegou a falar sobre essas contas de Manfred no Exterior. Ele acrescentou que Suzane fora levada pelo pai a assinar vários documentos sem saber, precisamente, a finalidade. Na bolsa de apostas internas e nos corredores da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde um pedido de CPI para investigar o caso foi abortado, os palpites para o suposto superfaturamento do Rodoanel chegam às cifras dos R$ 100 milhões. A obra foi condenada pelo TCU. Os promotores já sabem que Manfred era reconhecido na DERSA como um expert em operações financeiras. A denúncia sobre a existência das contas no Exterior já fora feita anteriormente, três anos atrás. Na ocasião, os promotores estaduais arquivaram o processo. Desta vez, porém, eles acreditam que a história se tornou mais crível. Extremamente meticuloso, num texto de seis páginas, o denunciante expõe quem é quem no suposto esquema mafioso traçado por Manfred. Apresentam-se endereços e CPFs e, nas duas últimas páginas da carta, uma detalhada relação das propriedades da família Richthofen, as contas bancárias no Brasil e no Exterior, além dos comprovantes de empresas de Manfred que ainda estão na ativa. O processo corre em segredo de Justiça. Rica, poliglota e vaidosa, Suzane foi criada numa mansão em uma área nobre da cidade de São Paulo. Hoje, na Penitenciária de Ribeirão Preto. Mesmo responsabilizada pela morte do pai e da mãe, Suzane trava uma briga judicial com o irmão Andreas pelos R$ 2 milhões de patrimônio oficial deixado por Manfred. Andreas já recebeu R$ 300 mil pelo seguro de vida do pai.

Como um tetracampeão

O São Paulo foi ao Serra Dourada e passeou. Com menos de 20 minutos já vencia por 2 a 0, placar final, um golaço de Mineiro, de fora da área, e outro de Fabão, aos 18, de cabeça. O tricolor jogou como um campeão. Mesmo sem Rogério Ceni, mas com Bosco, sempre atento quando é preciso. E com um grupo de atletas que sabe o que fazer em campo e o que fazer com a bola, sem ninguém que deixe a desejar. Na reta final, o São Paulo não tem tratado de apenas assegurar o tetra que a cômoda vantagem lhe garante. Tem jogado bem, com atuações agradáveis de serem vistas. São Paulo e Inter, campeão e vice-campeão, honram as tradições do futebol brasileiro.

Presidente Aldo

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se cumprimentam, durante cerimônia de transmissão do cargo no aeroporto de Congonhas, antes da viagem à Venezuela. Aldo é o primeiro comunista brasileiro que senta na cadeira presidencial.

domingo, novembro 12, 2006

Mensalão

O assessor especial de Lula e atual presidente do PT Marco Aurélio Garcia disse a Bob Fernandes, no site Terra Magazine, que o mensalão não lhe parecia "uma realidade objetiva, provada e comprovada". Sugeriu que tudo não passava de "uma construção jornalística" inspirada por Roberto Jefferson, a quem apresentou ironicamente como "uma grande reserva moral do país". Garcia é tido entre os de sua espécie como um intelectual denso, criterioso e respeitável. É o principal conselheiro de Lula para assuntos internacionais, o que não é pouca coisa. Sempre presto atenção no que ele diz. Na entrevista ao site, ele argumentou que a tese do mensalão só ganharia consistência se "o jornalismo investigativo estabelecesse conexões entre votações e a compra de deputados." Por isso, preferia ficar com a tese do caixa 2. Tô com ele e não abro!!!!

Oposição volta com tese de CPIs

Começou de novo a moda de fazer CPIs para desestabilizar o governo e criar um clima de suspeição na sociedade, para impedir que o governo aprove projetos prioritários no Senado e paralisar a administração publica. Essa é a nossa oposição, que conta com apoio de certa mídia sensacionalista e quase marrom, que sustenta e estimula essas ações. Tudo serve de pretexto. Aquilo que deveria ser a fiscalização do Legislativo e do TCU está se transformando em instrumento para lançar uma nuvem de suspeição, repito, de corrupção e conexão com o governo e com o PT, serve qualquer irregularidade ou mesmo a ausência de fiscalização ou controle de cinco, dez anos atrás. Desde o segundo turno, jornalões falavam que a oposição tenta criar uma CPI das ONGs, mas já houve uma CPI sobre isso, esse assunto é requentado. A CPI da Terra foi totalmente manipulada pela oposição com fins eleitorais e só investigou ONGs, não abordou nenhuma entidade patronal que também recebeu dinheiro público. Uma pergunta, agora vão investigar o Sistema S? É muita cara-de-pau da oposição e muito jornalismo marrom.

Exemplo de redução da desigualdade

O Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento apontou em seu Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006, o Brasil como exemplo de melhoria da distribuição de renda, com programas como o Bolsa-Família, que transfere renda para 7 milhões de famílias vivendo abaixo da linha da pobreza, e os sucessivos aumentos reais do salário mínimo.

BUSH

Vamos passar rapidamente por assuntos relegados nessas duas semanas. George W. Bush perdeu as eleições legislativas em meio ao segundo mandato. O secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, caiu. Por que o republicano Bush perdeu o controle da Câmara e do Senado? Pelo mesmo motivo que o levou a vencer o democrata John Kerry dois anos atrás. Se vocês estão lembrados, Bush fez há dois anos uma campanha centrada em atacar Kerry como incompetente para desempenhar a função de comandante-em-chefe das Forças Armadas. Eu não me alinho entre os entusiastas da passagem do poder aos democratas. A agenda deles para nós é uma pressão permanente para que corrijamos nossas mazelas sociais e também para que contenhamos o nosso desenvolvimento, em nome da preservação ambiental. Qualquer um percebe que se trata de um nó cego. Não deduza do que eu escrevi que sou contra a preservação ambiental. Eu sou a favor. Sou a favor do desenvolvimento sustentável e sustentado. O problema nesse debate aparece quando as potências centrais querem nos impor a estagnação como o preço para que sejamos reconhecidos como um país ambientalmente responsável.

sábado, novembro 11, 2006

No Mínimo...

Da água para o vinho
Depois de Letícia Sabatella em “Páginas da vida”, Deborah Secco vai fazer papel de noviça rebelde em “Pé na Jaca”. É a Globo, aos poucos, substituindo a idéia do núcleo gay pelo de jovens religiosas em suas novelas.
O Brasil mudou
Deu no UOL Economia: “Os itens do churrasco foram os grandes vilões da cesta básica do paulistano no mês de outubro.” Ou seja, o povo reclama de barriga cheia.
Biografia
O tucano Eduardo Azeredo tinha bons motivos para querer acabar com a Internet. Não quer ser lembrado como o senador que inventou o Marcos Valério.
São Joaquim
O jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, que outro dia virou nome de presídio por equívoco do governo do Rio de Janeiro, levou novo susto com sua biografia na Internet. Consta do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira que ele nasceu no dia 19/08/1950 em Florianópolis. Peralá! O cara é carioca de Vaz Lobo e costuma dizer pras mocinhas que tem 47, no máximo 49 anos.
Vida dura
O brasileiro anda na maior dúvida: não sabe se enforca a segunda e a terça ou a quinta e a sexta no feriadão de 15 de novembro. Só se falava disso para matar o tempo de espera nos aeroportos de todo o país.
Monotonia
Eleição americana sem recontagem de votos, francamente, não tem a menor graça.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Liberdade, Igualdade e Pós-Modernidade

Umberto Eco é autor de um artigo em que examina a vida moderna através do comportamento dos fanáticos do chamado esporte bretão, jogo aperfeiçoado pelo povo da República Federativa do Brasil. Eco odeia os fanáticos do futebol, porque os vê como agentes do nacionalismo ecumênico, como "criaturas tão convencidas da igualdade entre os homens que são capazes de quebrar a cabeça do fanático da província limítrofe". Convencidos da universalidade do seu particularismo distribuem porradas nos que estão no mundo exatamente como eles, só que do lado contrário. Eco descobre no fanático do futebol, o ser emblemático da pós-modernidade, o apóstolo da homogeneidade absoluta do discurso, um ponta-de-lança da igualdade ao rés das chuteiras, que esconde sua obsessão pela igualdade mais primária sob a paixão pela cor diferente da camisa de seu clube. "Não têm sequer a noção de diversidade, variedade e incomparabilidade dos mundos possíveis". Lembrei-me de Jean-François Lyotard e de seu elogio da pós-modernidade. Ele dizia: "Não podemos mais recorrer à grande narrativa - não podemos nos apoiar na dialética do Espírito, nem mesmo na emancipação da humanidade para validar o discurso científico pós-moderno". Para Lyotard, a verdade é a parte. A fragmentação é o único caminho que pode reconciliar o indivíduo com a sociedade, parece proclamar Lyotard em sua fúria para destruir a herança do Iluminismo. Ele argumenta que as concepções teóricas, as interpretações da história são necessariamente coercitivas e dogmáticas e, pior que isso, as Filosofias da História levam inexoravelmente a humanidade ao beco sem saída da opressão e do totalitarismo. Hegel havia imaginado que a igualdade e a diferença não só seriam indissociáveis na sociedade moderna, como deveriam subsistir, reconciliadas, sob as leis de um Estado Ético. Este Estado permitiria a cada elemento preservar sua diferença em relação aos outros e, ao mesmo tempo, harmonizá-la entre si, manter a integridade do todo. Mas, as transformações econômicas das sociedades modernas e o fracasso das tentativas de impor o Estado Ético reforçaram, na verdade, a fragmentação e, neste particular, o discurso da pós-modernidade apenas conclui o que os fatos dizem. Os fatos dizem que assistimos ao declínio das Utopias, à degradação das propostas coletivas, ao memento mori das Grandes Filosofias. O mundo parece se aproximar, em sua evolução e na transformação das consciências, de um incompreensível mosaico colorido, formado por todas as torcidas de futebol que têm em comum a paixão pela bola e a dificuldade de aceitar as razões do outro. "Deixem que os outros venham a nós. Assim poderemos bater à vontade", resume Eco. O crítico norte-americano Fredric Jamenson suspeita que a passagem do período moderno para o pós-moderno significou a substituição da alienação do sujeito pela fragmentação do sujeito. Jamenson está preocupado com a incapacidade do sujeito moderno compreender o sentido do que aparece fragmentado. Para ele, a fragmentação do sujeito e de sua vida é a contrapartida da integração cega - e cada vez mais abstrata e inalcançável - promovida pelas forças "objetivas" que controlam a sociedade. Na verdade, isso significa que a transnacionalização dos mercados e da produção, dos estilos de vida e de consumo, opera sem descanso e promove a colonização da vida individual e coletiva. A lógica implacável da concorrência globalizada impõe a submissão da vida privada às incertezas de um processo impessoal que é absolutamente indiferente ao destino dos indivíduos. As empresas mudam suas fábricas para a China. Para o cidadão comum, processos econômicos incompreensíveis o arrastam ladeira abaixo. As erráticas e inexplicáveis convulsões das Bolsas ou as misteriosas evoluções das moedas são capazes de destruir suas condições de vida. Mas o consenso dominante trata de explicar que se não for assim sua vida pode piorar ainda mais. A formação deste consenso é, em si mesmo, um método eficaz de bloquear o imaginário social, impedi-lo de buscar, mediante a ação coletiva, a construção da sociedade em que se torne possível o exercício da autonomia e da liberdade.

O PODER DAS PALAVRAS

Algumas palavras adquirem um tal poder no imaginário popular que contaminam o comportamento das pessoas. Temos no Brasil um exemplo paradigmático desse fenômeno. Nos idos dos anos 70, o mundo sofreu uma enorme especulação de preços, apoiada na cartelização dos produtores de petróleo. A demanda dessa commodity por unidade do PIB é um dado tecnológico que muda com o aumento da eficiência de seu uso. Para os países importadores, a melhor forma de enfrentar o problema da necessária redução do consumo seria permitir a incorporação aos preços internos do preço do combustível importado. O objetivo da política de preços deveria ser, portanto, estimular o consumidor a reduzir a utilização de petróleo. Praticamente todos os países altamente dependentes da importação do petróleo encontraram fórmulas que impediam, com algum sucesso, a contaminação do preço do petróleo sobre o custo de vida. Nosso ajuste durou dois meses, até que alguém inventasse a palavra expurgo para caracterizá-lo. Esta adquiriu, instantaneamente, uma conotação tão dramática e poderosa que intimidou o governo e se perdeu na sua justificativa moral para malefício da inflação e do equilíbrio externo. Essas considerações são para lembrar como boas idéias podem ser destruídas pela utilização de uma palavra que, de repente, incorpora o papel do "mal" no pensamento nacional. Outro exemplo: as "despesas correntes da União" têm crescido enormemente nos últimos 12 anos: avançaram 6,1% entre 1994 e 2002 e 5,8% entre 2002 e 2006, enquanto o PIB aumentou à míope taxa de 2,4% e a população, a 1,5% ao ano. O Brasil foi aprisionado numa armadilha que impede o seu crescimento. Sua carga tributária bruta é de 38% do PIB e sua dívida, da ordem de 49% do PIB. Mas é aqui que está a tragédia. O programa eleitoral cínico, dúbio e incompetente de um dos candidatos banalizou e retirou o impacto da expressão "choque de gestão". Transformou-o no instrumento do "mal". Foi rejeitado por dois terços da sociedade, que viu nele o codinome de "corte das despesas sociais". É hora de esquecer o nome para poder executar a idéia, sem cortar as despesas sociais.

sexta-feira, novembro 03, 2006

BRASIL

No Mínimo...

Know-how
Lula aceitou o convite para ensinar Bush a ganhar eleiçôes: “Você precisa arrumar um Alckmin por aí para enfrentar, meu caro.”
Halloween do diálogo
Serginho Cabral cumpriu promessa de campanha de tomar café-da-manhã com Rosinha Garotinho no Dia das Bruxas. Os fantasmas do Palácio Laranjeiras acharam o futuro inquilino uma simpatia.
A vida como ela é
Passadas as eleições, o povo quer saber: Marcos Paulo vai ou não vai pegar a noviça rebelde interpretada por Letícia Sabatella na novela das 8?
Tá na cara!
A derrota de Geraldo Alckmin deixou Alexandre Garcia mexido. O jornalista não aparecia triste desse jeito no vídeo desde o dia em que leu notícia sobre eliminação do Brasil na Copa da Alemanha.
Vai pra casa!
Chamava atenção no palanque da derrota tucana a euforia de dona Lu Alckmin. Nem quando o marido foi eleito governador ela parecia tão feliz. O pobre do Geraldo, pelo visto, não vai ter descanso após a campanha.
Já vimos esse filme
O problema da manutenção de Guido Mantega no Ministério da Fazenda é que fica difícil falar na ‘era Mantega’ sem pensar na famosa cena de amor de “O último tango em Paris”.
Concorrência
Você trocaria a maxi goiabinha da Gol pelo hambúrguer de picanha da Varig? Só se fala disso nos aeroportos do país?

terça-feira, outubro 31, 2006

A Esperança ainda está viva


No meu entendimento. Queiram ou não os vetustos donos do poder, e independentemente da atuação do seu governo no primeiro mandato, Lula representa, desde 2002, uma mudança formidável. O ex-presidente FHC, e os conservadores em peso, e a mídia idem, empenharam-se em sustentar que na campanha Lula defendeu a divisão entre pobres e ricos, como se pretendesse precipitar a Tomada da Bastilha, enquanto a diferença se daria entre estados contemporâneos do mundo e os malfadados grotões.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Alma Lavada

Agora veja só.
Em Roraima, Alckmin venceu Lula de lavada - 61% a 38%.
Foi o único estado que o tucano não visitou.
Gente má diz que talvez tenha sido por isso.

A goleada de Lula

Alckmin teve menos votos do que no primeiro turno: 40 milhões x 37 milhões de votos. A única vez em que isso aconteceu na política brasileira – ter menos votos no segundo turno – foi com outro tucano, candidato a prefeito de BH, Amílcar Martins. Lula diminuiu a diferença em Sampa, ou seja, a eleição de José Serra e a entrada de FHC na campanha beneficiaram Lula. Alckmin deu o beijo da morte no Rio. No segundo turno, Lula subiu vinte pontos. Em Minas, a eleição de Aécio também beneficiou Lula. No Ceará, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, aprofundou a derrota de Alckmin. De 83% a 17%. Na Bahia, a eleição de Jacques Wagner no primeiro turno beneficiou Lula. No RS, Lula diminuiu a diferença pró-Alckmin. No primeiro, Alckmin ganhou de 55% a 33%. No segundo, foi de 54% a 46%. No CO, Lula virou o jogo. No Amazonas, do Senador Arthur Virgilio, que prometeu dar uma "surra" no Presidente Lula, foi de 86% a 13%. Enquanto isso, Virgilio teve 5% dos votos para governador. A vitória de Lula sobre Alckmin – 61% a 39% - foi igual à vitória de Lula sobre Serra em 2002.

domingo, outubro 29, 2006

É Festa Macacada...

Com a força do povo

Lula – 61%
Alckmin – 39
Os resultados nos Estados:
GO – Alcides Rodrigues (PP)
MA – Jackson Lago (PDT)
PA – Ana Júlia (PT)
PB – Cássio Cunha Lima (PSDB)
PE – Eduardo Campos (PSB)
PR – Roberto Requião (PMDB)
RJ – Sérgio Cabral (PMDB)
RN – Wilma de Faria (PSB)
RS – Yeda Crusius (PSDB)
SC – Luiz Henrique (PMDB)

Lula de novo

Veja

Fábio Luís Lula da Silva, filho do Presidente Lula, entrou com ação de indenização por danos morais contra a editora Abril e o jornalista Alexandre Oltramari, da Veja.
A revista publicou informações caluniosas e difamatórias contra ele na edição de 25 de outubro. Fábio Luís também pede indenização por colocarem sua foto na capa sem autorização. Segundo a ação, a reportagem ultrapassou o dever de informar, com a nítida intenção de difamar a honra. Os advogados também sustentam que a Veja não deu nenhuma oportunidade prévia para que Fábio esclarecesse as acusações.

Manu

O governo do presidente Lula passou a reconhecer a existência de jovens no Brasil. “- Ah! Agora essa comunista vai dizer que o Lula inventou a juventude”, diria um tucano apressado. Não, Lula não inventou, é óbvio. Mas pela primeira vez na história do Brasil temos um governo que trabalha com políticas transversais especificamente para esse parcela. A Secretaria Nacional, o Conselho de Políticas Públicas para a juventude, Projovem, Escola de Fábrica, Consórcio Social da Juventude, Pontos de Cultura são provas dessas políticas. É preciso mais.
O trecho acima faz parte de artigo de Manuela d’Ávila, eleita deputada federal (PC do B-RS).
Clique aqui para ler o artigo.

O reconhecimento dos feitos

Nos relatos da imprensa hoje, um deles, do Estadão, merece destaque: "Pela primeira vez em 20 anos, uma eleição sem crise econômica". Diz a matéria: "Diferentemente do que ocorreu nos últimos 20 anos, o candidato que vencer a eleição de hoje não terá de vestir um uniforme de bombeiro para apagar incêndios na área econômica. Ele comandará um país com indicadores macroeconômicos de fazer inveja aos antecessores que ocuparam o cargo após o processo de redemocratização do País, na década de 80".
Apesar de não atribuir isso ao governo Lula, o Estadão reconhece que a inflação alta e a fragilidade externa foram superadas, o risco-país está no menor nível da história e o saldo comercial é recorde.

Dois textos para entender melhor o Bolsa Família

Duas matérias sobre o Bolsa Família são leitura obrigatória para todos.
Hoje, na Folha, a primeira, Rosani Cunha, do Ministério do Desenvolvimento Social. Ela disse que o programa já atingiu seu limite e que agora é a hora da qualidade. Ou seja, chegou a hora de ensinar a pescar.
Já a segunda matéria, no Valor do dia 27, é um artigo da professora Walquiria Rego, da Unicamp, “Bolsa Família: um direito fundamental”. Ela fala de uma pesquisa sobre o programa.

sexta-feira, outubro 27, 2006

No Mínimo...

Milagres acontecem
Tucanos estão eufóricos: “Se até o Corinthians reagiu, por que não?” Só se fala disso no QG de campanha do PSDB.
Hora da virada
Tem adesivo novo circulando no trânsito de Manhattan: ‘Gerald vota Geraldo’.
Rebelde que só ela
Deu no blog Pothead Blues: “Roseana Sarney é a Heloísa Helena do PFL”.Cá pra nós, faz sentido!
Quem vê cara...
Entreouvido numa animada mesa de mecânicos da Ferrari após o GP Brasil: “Felipe Massa é uma espécie de Rubinho Barrichello que perde a cara de bobo quando veste o capacete.”
Que virose é essa?
Tarcísio Meira pode ter amarelado às vésperas das cenas de amor com Sônia Braga na novela das 8. Só se fala disso no Projac...
Seja homem
Geraldo Alckmin perde em média quatro pontos nas pesquisas toda vez que apanha calado de Marta Suplicy. O eleitor exige que ele reaja.
Carnaval fora de época
Joãosinho Trinta deixa hospital e quer viver e trabalhar em Brasília. Quem sabe alguma coisa em parceria com o Clodovil, né?
PCC Internacional
A periferia de Paris viveu mais uma madrugada tipicamente paulistana, o que leva as autoridades francesas a suspeitar que a ordem para tocar fogo em ônibus tenha partido da penitenciária de Presidente Bernardes.
Fora dos padrões
William Bonner quer superar Ana Paula Padrão no debate de sexta. O problema é como se destacar entre dois candidatos tão comportados e repetitivos. O jornalista promete surpreender. Aguarde!!!
Medicina de ponta
Zeca Pagodinho já circula por aí de acústico novo após operação de hérnia de disco. Coisa de louco!
Macho paca
Passado o susto com o terremoto que enfrentou em Lima na semana passada, FHC tem ligado a amigos para contar, todo prosa, o tremor que sentiu no Peru.

BOXE

Um colunista apostou que o bordão de Alckmin "de onde veio o dinheiro" teria sobre Lula o mesmo efeito dos hooks de Joe Frazier na luta em que derrotou Muhamad Ali no último assalto. Se repetisse e repetisse o bordão, uma hora Muhamad "Lula" Ali cairia. Na verdade o que derrubou Ali não foi a repetição dos hooks, mas quando Frazier acertou um golpe imprevisto, um gancho de esquerda. A comparação mais adequada é de uma outra luta, a de Geraldo "Foreman" Alckmin contra Muhamad "Lula" Ali. Foreman, que era bem mais incisivo que Alckmin, passou sete rounds batendo no fígado de Ali. No sétimo, caiu de cansaço antes mesmo que Ali acertasse o primeiro soco.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Cada voto, mais do que nunca, vale dois votos

O sucesso da campanha gaúcha nessa segunda fase é uma músiquinha que bate na tecla:
"O que adianta ser tradicionalista se a candidata (Yeda Crusius) ao governo é paulista". Veja bem, ser paulista (ou morar em São Paulo), nessa campanha eleitoral, ganhou a conotação de "coisa ruim" e esse sentimento tem se espalhado por todo o Brasil. Ontem a noite pude constatar que essa informação tem deixado "velhos e novos" paulistas envergonhados. Que São Paulo se transforme, nesse segundo turno, em um marco da virada, um exemplo de luta e de superação.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Lula cresce e Alckmin cai

Assim evoluiram Lula e Alckmin nas pesquisas do Datafolha no segundo turno desta eleição:
Lula 54% > 56% > 60% > 61%
Alckmin 46% > 44% > 40% > 39%

segunda-feira, outubro 23, 2006

Não é nada, não é nada: é a primeira vez

E a primeira vez a gente nunca esquece...dizia o comercial. Segundo Miriam Leitão:"se for confirmado esse crescimento e essa inflação significa que pela primeira vez desde o fim dos anos 40, o crescimento será maior do que a taxa de inflação." Não é nada, não é nada: é a primeira vez. Esse presidente Lula!!!

Já temos logotipo!

domingo, outubro 22, 2006

Tucanos...

Arthur Virgílio (PSDB-AM) - aquele que gosta de criancinhas - declarou hoje, em pleno domingão que quer porque quer o filho do Lula na CPI. Eu voltei ao ano de 2001 para saber como era seu Arthur Vírgilio em relação a CPIs...
"Intolerância - O líder do governo, deputado Arthur Virgílio, declarou-se ''chocado com a inflação de leviandades'' e com o ''pensamento fascista'' expressos na entrevista concedida ao Jornal do Brasil pelos procuradores Luiz Francisco de Souza e Guilherme Schelb, criticando a tolerância com a corrupção no governo FHC. ''O presidente'', disse Virgílio, ''não é tolerante com a corrupção; só não é arbitrário como os procuradores, limitando-se a respeitar as leis do país''. E foi além: ''A impressão que eles dão - continuou - é que o combate à corrupção só depende deles. Sem eles, o país já teria falido. Já via esse filme nos anos 30. E deu no fascismo. Querem um governo histérico, e não um sereno. Teresa Grossi, Rafael Grecca e Eduardo Jorge foram execrados, e até o filho do presidente é perseguido, sem que nada seja provado''." Aqui na folha do ano de 2001
Ele ficava chocado, Pois é. Será que existe um manual de instrução e procedimentos? Repito a frase de Arthur Virgilio (...)" até o filho do presidente (Fernando Henrique Cardoso) é perseguido, sem que nada seja provado''. O senador contestava informações publicada em reportagem da edição 1600 da revista IstoÉ, na qual a filha de Jorge Bornhausen, Fernanda Bornhausen,era uma das sócias da Agência Artplan Prime, apontada como beneficiada por um contrato de 13,7 milhões de reais. Naquela história havia também o envolvimento do filho de FHC, Pedro Henrique Cardoso, na ‘Feira de Hannover.
MEU FILHO NÃO... .O DO LULA DESCE A LENHA...
FHC defendeu seu filho Paulo Henrique das acusações. FHC nega que o filho faça lobby em Brasília na empresa de iniciativa privada ....

sexta-feira, outubro 20, 2006

Coincidência entre "interesses" e "informação"

Neste fim de semana, Veja fez uma nova denúncia. A Carta Capital também. Maioria da mídia escolheu repercutir a primeira. Comportamento da mídia brasileira no processo eleitoral atualiza reflexão do Serge Halimi, autor de "Os novos cães de guarda". Segundo ele, a "censura é mais eficaz quando não tem necessidade de se manifestar, quando os interesses do patrão, miraculosamente, coincidem com os da informação". No livro, Halimi fala sobre a imprensa francesa, mas sua análise pode ser ampliada, com algumas adaptações, para falar do comportamento da mídia no Brasil. Qualquer semelhança não é mera coincidência. O autor descreve como a imprensa escrita e audiovisual francesa está dominada por "um jornalismo de reverência, por grupos industriais e financeiros, por redes de conivência". Sustenta Halimi, que esses são os "novos cães de guarda do sistema econômico e do pensamento único". A referência aos "cães de guarda" remonta ao ano de 1932, quando Paul Nizan escreveu um pequeno ensaio, Les chiens de garde, para denunciar os filósofos que dissimulavam seus compromissos políticos sob "um amontoado de grandes conceitos".

As "ligações poderosas" de Alckmin

Segundo a Época Carlos Alberto Di Franco, 60 anos, é um dos numerários mais influentes e bem relacionados do Opus Dei. Numerários são os membros do Opus Dei. Respondendo a uma insinuação de Alckmin, dizendo que se Lula ganhar terá dificuldades para governar, o ministro Tarso Genro respondeu que era uma declaração apropriada para um membro do Opus Dei, uma organização ultra-conservadora da igreja. Alckmin respondeu dizendo que não pertence ao Opus Dei. Representante no Brasil da Escola de Comunicação da Universidade de Navarra e diretor do Master em Jornalismo, um programa de capacitação de editores, Di Franco já formou mais de 200 cargos de chefias dos principais jornais do País. Nos últimos anos, tem feito periodicamente uma preleção na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes a convite do ex-governador Alckmin. O encontro, apelidado de 'Palestra do Morumbi', reúne um seleto grupo de empresários e profissionais. O Opus Dei foi fundado em 1923 na Espanha por Josemaria Esquivá. De acordo com o Opus Dei, 85 mil católicos de 63 países pertencem à prelazia. O Opus Dei reune os setores mais conservadores da igreja Católica e faz questão de cercar suas atividades com uma aura de mistério.

Até a nossa corrupção é pobre.

Os "dias de vinho e rosas" parecem ter chegado ao fim para as fortunas dos corruptos, pelo menos na Suíça. Em um longo e complexo processo iniciado há anos, as autoridades da Confederação Helvética bloquearam contas de corruptos para restituir os fundos aos países de onde foram subtraídos. Até o momento foram devolvidos US$ 1,5 bilhão e outros US$ 1,6 bilhão continuam bloqueados. O caso mais divulgado foi a devolução para a Nigéria, de mais de US$ 700 milhões do ex-ditador Sani Abacha. Na lista das contas investigadas pelas autoridades suíças figuram personalidades como o mexicano Raúl Salinas de Gortari ou a ex-ministra do Paquistão Benazir Bhutto. Também estão incluídos os ex-presidentes do Congo, Mobutu Sese Seko, e do Haiti, Jean-Claude Duvalier. Assim como o ex-presidente argentino Carlos Menem. Outras restituições foram US$ 683 milhões devolvidos para as Filipinas das contas do ex-presidente Ferdinando Marcos e US$ 77 milhões recuperados pelo Peru das contas de Vladimiro Montesinos. E pô, os nossos corruptos não aparecem na lista? Tem até um angolano! A conclusão é óbvia. Nós estamos atrasados até em matéria de corrupção. As aberturas das contas agora são regidas pelo New Customer Rule. O que significa que para abrir uma conta bancária na Suíça hoje é preciso efetuar uma espécie de 'strip-tease' financeiro. Além de ser apresentado por um cliente antigo do banco. Assim não dá !

ABRIL

"As empresas não têm ideologia, têm negócios"
A definição acima, pinçada dos estudos sobre cultura de massa dos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer, pode estar na origem da ira da Editora Abril e sua revista Veja, contra o PT e Lula. A artilharia da revista para a dinamitação do segundo mandato de Lula teve início na edição de 25 de maio de 2005. Nesse período, aponta o Valor, na reportagem "Editoras menores vendem mais ao governo federal", já se preparava no MEC a portaria 2.963. Assinada pelo ministro Fernando Haddad, a portaria 2.963, "dispõe sobre as normas de conduta para o processo de execução dos Programas do Livro". Ela proibe a distribuição de brindes e vantagens, entre outros recursos de marketing que pudessem induzir à escolha dos livros. "As regras para a divugação de livros ditáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte", diz o Jornal. O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, por meio do PNLD vai comprar 102 milhões de exemplares. A mudança nas regras de divulgação não foi nada boa para a Abril. Ao Valor, o diretor da Abril, João Arinos dos Santos, diz: "Reconhecemos que pode ter havido excessos na divulgação". O descontentamento de Santos mora na queda do faturamento da Abril. Em 2004, a Abril ocupava o primeiro lugar entre as maiores fornecedoras, totalizando contratos de R$ 130 milhões. Com o fim dos "excessos na divulgação", perdeu 30% do mercado - vai faturar R$ 85 milhões.