segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Aldo Perdeu!!!

Deu-se o inimaginável na Câmara: Lula foi à guerra com dois cruzadores: Arlindo Chinaglia e Aldo Rebelo. Na primeira batalha, estraçalharam o inimigo tucano Gustavo Fruet. No combate final, parte da soldadesca tucana, liberada pelos governadores José Serra e Aécio Neves bandeou-se para as fileiras de Chinaglia. Com a ajuda do PSDB, o trinfo de Chinaglia -261 votos contra 243.
113 votos. É esse o tamanho da bancada governista que se opôs à eleição de Chinaglia, vista por um naco da coalizão como parte de um projeto do PT e do PMDB para se impor como forças hegemônicas no Segundo Governo Lula. Aldo pulou para o segundo turno com 126 votos. Excluindo-se os 62 do oposicionista PFL, chega-se ao tamanho de governistas insatisfeitos. Estão abrigados sob o guarda-chuva do PSB (28), do PDT (23), do PC do B (13) e de outros partidos que, embora acertados com Chinaglia pelo alto, entregaram parte de sua base (49) a Aldo. Esconde-se no PP o principal ninho de traidores. A exemplo do governismo, também a oposição saiu da disputa avariada. Chinaglia amealhou 261 votos, 25 a mais do que os 236 que obtivera no primeiro round. De onde veio o reforço? Principalmente do PSDB. Mais precisamente do PSDB de São Paulo, pilotado por Serra, e do PSDB de Minas, teleguiado por Aécio. Na primeira rodada, Aldo obtivera 175 votos. Terceiro colocado, com 98 votos, Gustavo Fruet declarou apoio ao Comunista, mais indentificado com as causas da "terceira via". Se todo o exército de Fruet tivesse odedecido à voz de comando, Aldo teria saltado para 273 votos. E vararia a noite bebericando o champanhe da vitória. O diabo é que o tucanato, que tricotava com Chinaglia havia semanas, acertara-se com o petista na véspera. Prometera que, num provável segundo turno sem Fruet, carrearia para Chinaglia parte dos 66 votos tucanos. Deu a ele algo como duas dúzias de votos. Foram vitais. Sem eles, Chinaglia, que teve escassos 18 votos de dianteira sobre Aldo- teria amargado uma inesperada derrota. Foram aos ares a unidade tucana e a imagem oposicionista do PSDB. Em compensação, foi à cadeira de primeiro vice-presidente da Câmara o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), unha e carne com o governador tucano Aécio. Nárcio ascendeu à Mesa da Casa empurrado por uma votação massiva. O apoio do PT repousa no alto do bolo de votos do apadrinhado de Aécio como cereja de uma inusitada aliança. Tudo considerado, pode-se dizer que Lula fez barba (Renan) e cabelo (Chinaglia) na quinta gorda do Congresso. Só não fez o bigode porque Chinaglia não deve sua eleição ao presidente. O Planalto viu-se compelido a jogar Aldo ao mar depois que Lula se deu conta, já na reta final da disputa, de que a teimosia de Chinaglia resultara numa candidatura viável. Lula teve de engolir o PT. A seco. Engasgar com o tucano Fruet teria sido pior. Mas Chinaglia não era o nome dos sonhos de Lula. Menos pelo deputado, por quem o presidente até nutre certa afeição. Mais pelo que vem enganchado no triunfo de Chinaglia: o PT de São Paulo, por exemplo. Para complicar, Chinaglia jogou na ante-sala de Lula um remoçado PMDB neo-governista. Depois do apoio dado a Chinaglia, esse pedaço do PMDB, que na campanha do ano passado estava no palanque de Alckmin, não vê a hora de sentir o cheiro do mercúrio da enfermaria do Planalto.

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