segunda-feira, janeiro 29, 2007

Bué

O diretor do Banco Mundial para o projeto da linha 4 do metrô de São Paulo, Jorge Rebelo, negou que o banco tenha "exigido" ou "sugerido" ao governo paulista a contratação das obras da linha 4 por meio do modelo "turn key" (preço fechado).
A declaração contradiz afirmação do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB)....
Mesmo fora do poder o velho nariz de pinóquio não sai de cena.

Câmara

Uma coisa boa é que doravante será difícil deixar de haver debate quando houver eleição para presidente da Câmara dos Deputados. A democracia é assim: os hábitos surgem do nada e acabam se arraigando. O debate foi duro, como convém a contendas entre adversários. Foi curioso ver aliados de ontem se engalfinhando e adversários de ontem de mãos dadas. É a política. O PT parece ter se magoado com a fala final do presidente da Câmara, que advertiu contra uma possível concentração de poder nas mãos do PT. Eu não veria essa afirmação de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) como uma crítica. Do ângulo da ciência política, chega a ser um elogio. Partidos existem para lutar pelo poder. Quanto mais, melhor. Por isso é que o pluralismo partidário é insubstituível na democracia: o apetite de um partido é controlado pelo apetite dos demais. Eu não conheço mecanismo mais eficaz para defender a liberdade. Você conhece?
Eu proponho que esse debate seja feito objetivamente. Por exemplo, se o sujeito acha que só o PT é quem pode fazer as reformas necessárias para levar o Brasil a crescer e distribuir renda, é compreensível que essa pessoa lute para o PT ocupar cada vez mais espaços, ainda que à custa de posições hoje ocupadas por aliados. Se o indivíduo está convencido de que o PT é a única corrente política genuinamente comprometida com a luta dos trabalhadores e as aspirações dos pobres por justiça social, tem mais é que ajudar a remover todo e qualquer obstáculo ao poder do PT. Aliás, não há novidade nesse enredo. O PT age agora em relação ao PCdoB e ao PSB como sempre agiu em relação a aliados com projetos próprios de poder. O PT foi implacável com o PMDB até subjugá-lo. Deu certo. Hoje, as facções peemedebistas rivalizam nas mesuras dirigidas ao PT. Até o PSDB já dá sinais de ceder diante do mix de dureza e ternura dos petistas. Pensando bem, ao desencadear a operação Delenda Aldo, o PT-Governo presta uma homenagem à aliança PSB-PCdoB. Reconhece a ambos não como aliados menores, mas como concorrentes. Não existe reverência maior na política. É preciso saber, porém, se socialistas e comunistas estarão à altura da honraria.

Previdência

Confiram o excelente artigo de Luís Nassif sobre a questão da Previdência. Precisa ser lido por todo o governo. Nassif mostra que todo o debate sobre o déficit da previdência está contaminado pela idéia de que uma reforma radical vai reduzir o déficit. Isso não é verdade – aliás, o economista Amir Khair tem repetidamente batido nesta tecla, sem resposta dos reformistas.
Um silêncio que compromete.

Confiram entrevista com o novo presidente da OAB

Vejam e leiam na Folha a entrevista com o novo presidente da OAB, Cezar Britto.
É uma pérola do jornalismo brasileiro. Fora a pergunta sobre um factóide inventado pela própria mídia – o terceiro mandato, uma provocação barata –, o título, "Onda populista na América Latina deve ser respeitada", não condiz com a pergunta e nem com a resposta do entrevistado.
Confiram:
Folha - Na Venezuela e na Bolívia, a Constituição tem sido alterada para aumentar os poderes dos presidentes. Como o sr. vê esse momento e que distinção faz com o Brasil?
Cezar Britto - O Brasil sempre teve uma postura correta de respeitar a determinação dos povos. Cada pessoa tem direito de escolher a face do seu país e a forma como ele será desenvolvido. Na América Latina, embora se fale da volta do populismo, ele tem nascido com a vontade e a participação expressa do povo, e isso tem de ser respeitado. Esse fenômeno é decorrente da expressão popular, não de golpes militares nem da força, o que é bom para a América e para o mundo. É diferente quando a democracia é imposta, como ocorre no Iraque. Lá, a democracia é por imposição de um país sobre o outro. Então, há uma grande diferença entre as duas situações. A democracia não nasce por imposição, mas pela vontade do povo.

O BRASIL NÃO PODE ESQUECER

No dia 13/12/1968, dia em que o governo militar fechou o Congresso, ordenou a prisão de Juscelino Kubistchek e decretou o Ato Institucional n.º 5 (que cassou dezenas de mandatos, permitiu intervenção nos Estados e municípios, suspendeu a garantia de habeas corpus em casos de crime contra a segurança nacional e confiscou bens) o General Meira Mattos, que foi colunista da FSP até 2006, foi o encarregado, pelo comando militar, de FECHAR O CONGRESSO e "desalojar de lá, a qualquer preço, vivos ou mortos", os deputados brasileiros que, tendo ocupado o prédio, tentavam ainda impedir, com a própria presença, que o Congresso fosse fechado.
Há necrológios -- assim como há jornais, jornalistas e jornalismos, que dizem mais pelo que ocultam do que pelo que lembrem.
Que descansem em paz.

Força Nacional

A primeira página do Jornal de Brasil é quase toda ocupada pela foto de uma policial da Força Nacional que chegou no Rio de Janeiro.
Um contingente de quinhentos policiais enviados pelo governo federal fica no Rio até o final dos Jogos Pan-Americanos. O título da foto é “A nova cara da segurança”. O subtítulo é mais explícito: “O rosto, bonito, transmite firmeza à policial da Força Nacional récem-chegada ao Estado do Rio”.
Valquírias e outras personagens louras da literatura e da mitologia ocidental representaram a beleza combinada à força guerreira. O texto e a foto do JB sugerem que a moça loura, de olhos verdes, dará segurança à cidade traumatizada pela explosão da criminalidade.
Aqui não existe literatura nem mitologia, apenas inverossimilhança.

PAC prevê investimentos de R$ 503 bi

O Presidente Lula lançou o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê corte de impostos e investimentos de R$ 500 bilhões até 2010, com prioridade para a infra-estrutura. Lula afirmou que o pacote vai permitir ao país crescer de forma mais acelerada. O programa engloba um conjunto de medidas destinadas a desonerar e incentivar a iniciativa privada, aumentar os investimentos públicos e aperfeiçoar a política fiscal.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

HAJA ASPIRINA!

Como diz aquele slogan, "Se é Bayer, é BOOOOM"!!!

O Kara!!!!

O Metalurgico

O afastamento de Castro, em Cuba, deixou espaço para uma discussão de como dar um pouco mais de racionalidade à economia do país, por meio do estabelecimento de incentivos que permitam aos cidadãos apropriarem-se de parte dos benefícios de sua iniciativa. No mesmo momento, Venezuela, Bolívia e Equador anunciam o caminho contrário. Depois de chegar ao poder em 1959 e de introduzir o planejamento central, Castro tentou, no período 1966-70, criar o "novo homem", educando a classe urbana ( como já haviam tentado Stálin e Mao) , mandando-a cortar cana, e estatizando até pequenos negócios. Com o fim da ajuda soviética, houve pequenas liberações e iniciou-se uma discussão que, ao transcender o círculo governamental, foi cruelmente interrompida em 1996. Agora a mesma discussão está discretamente voltando à tona. Chávez, aparentemente, acredita que terá sucesso na criação do "homem novo", que se moverá pelo altruísmo e, generosamente, obedecerá à sua liderança. Crê que vai ter êxito onde tantos fracassaram. Algumas pessoas temem que o Presidente Lula possa entusiasmar-se com tal idéia, tão generosa quanto desastrosa. Para estes, recomendo um pequeno excerto do discurso de posse de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos, no dia 19 de abril de 1975: "O momento da história que estamos vivendo apresenta-se, apesar dos desmentidos em contrário, como dos mais negros para os destinos individuais e coletivos do ser humano. De um lado, vemos o homem esmagado pelo Estado, escravizado pela ideologia marxista, tolhido nos seus mais comezinhos ideais de liberdade, limitado em sua capacidade de pensar e se manifestar. E, no reverso da situação, encontramos o homem escravizado pelo poder econômico, explorado por outros homens, privados da dignidade que o trabalho proporciona, tangidos pela febre de lucro, jungidos ao ritmo da produção, condicionados por leis bonitas, mas inaplicáveis, equiparados às máquinas e ferramentas. " Lula nunca foi aprisionado no dogmático marxismo de "pé quebrado" que freqüentou nossas academias e encantou muitos de nossos "intelectuais". Talvez registre alguma influência da solidariedade concreta de Dom Cláudio Hummes à greve de 1979, quando o "Partidão" e grandes políticos do MDB se esquivaram de apoiá-la.

sábado, janeiro 20, 2007

ENTREATOS E PEÕES EM DVD


ENTREATOS
De 25 de setembro a 27 de outubro de 2002 a equipe de filmagem acompanhou passo a passo a campanha de Luís Inácio Lula da Silva à presidência da República. O filme revela os bastidores de um momento histórico através de material exclusivo, como conversas privadas, reuniões estratégicas, telefonemas, traslados, gravações de pronunciamentos e programas eleitorais.
PEÕES
A história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país.

Essa é boa...

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Somos todos marxistas

Marc Bloch, o grande historiador, disse a um amigo pouco antes de ser fuzilado pelos nazistas em junho de 1944: "Eu também sou marxista, mas não tenho nenhuma necessidade de dizê-lo; sou marxista como sou cartesiano".
Este é o ponto. Hoje, somos todos "marxistas", exatamente como somos cartesianos, kantianos, weberianos, keynesianos, freudianos, einsteinianos e assim por diante...
Para qualquer animal inteligente, Marx continua necessário, ainda que não seja suficiente. Os dois gigantes que o habitavam, o teórico e o revolucionário, foram pouco a pouco tomando distância entre si. O pensamento do velho Karl é uma máquina diabólica: seqüestra o leitor que não encontra saída fácil. Precisa de muito esforço para livrar-se das suas engrenagens lógicas e não o faz sem levar marcas indeléveis. De sua obra teórica ficaram sólidos resíduos, incorporados definitivamente à consciência da humanidade, mas que vão perdendo a sua identidade ao submergirem no que se supõe ser o estoque das "verdades" que conhecemos. O grande potencial da hipótese do materialismo histórico acabou aprisionando numa órbita em torno de Marx quase todos os construtores da sociologia ( Weber, Durkheim e Pareto) . Estes tentaram fugir à força de atração de Mefisto negociando com ele. E como se pode entender de outra forma a obra de Aron, de Mannhein, de Wright Mills ou de Schumpeter? A obra de Marx só não conheceu ainda a mais completa absorção pela corrente do pensamento universal porque, falsificada, transformou-se numa espécie de religião oficial do Império Soviético. Em lugar de uma sociedade sem classes e livre, construíram um mundo fantástico de opressão e de obscurantismo, como só intelectuais são capazes de fazer.
Portanto, ainda que alguns lamentem, hoje todos podemos ser marxistas "sem medo de ser feliz". ..

SPFC 2007

Como aconteceu nas últimas duas temporadas, o São Paulo terá numeração fixa em 2007.
As camisas usadas por Mineiro (7) e por Rodrigo Fabri (18) permanecem sem donos.
Veja a numeração completa do Tricolor:
1 - Rogério Ceni
2 – Ilsinho
3 - André Dias
4 – Edcarlos
5 – Miranda
6 – Júnior
8 – Josué
9 – Leandro
10 – Souza
11 – Hugo
12 – Maurinho
13 – Reasco
14 – Aloísio
15 - Alex Silva
16 – Jadílson
17 – Borges
19 – Thiago
20 – Richarlyson
21 – Rafinha
22 – Bosco
23 – Lenilson
25 – Alex
29 – Caiuby
30 - Francisco Alex

Tendências

Diz o senso comum que os bancos lucram muito por causa dos juros altos. Trata-se de um equívoco. Em 2007, os juros devem cair de novo. A taxa Selic deve ficar abaixo de 12%, mas os lucros dos bancos tendem a ser maiores. Os bancos não vivem de emprestar dinheiro. Ganham comissões por operações, derivativos, engenharia financeira e correlatos. Dizer que os bancos lucram muito por causa dos juros altos equivale a afirmar que os supermercados se beneficiam de uma alta no preço. Os supermercados tendem a lucrar mais se os preços estiverem em queda, a atividade econômica se expandir e a inflação baixar, pois venderão mais. Ganham na diferença entre o valor da compra e o da venda. A margem dos supermercados é o mesmo que o spread dos bancos. A lógica é basicamente a mesma. Os juros altos beneficiam na verdade os poupadores. A pessoa que acredita que os juros altos beneficiam os bancos pode ser a mesma que aplica seus recursos em renda fixa. Por não entender como a coisa funciona, ela não vê que seus rendimentos podem vir dos juros dos títulos públicos, que constituem o lastro do respectivo fundo de investimento. Ou seja, é ela, nesse caso, quem ganha os juros altos. Ao contrário do que se pensa, a queda dos juros tende a aumentar o lucro dos bancos. Juros mais baixos atraem mais tomadores de crédito, o que aumenta a escala. Como os bancos ganham no spread, quanto mais emprestam mais lucram. Além disso, juros mais baixos reduzem a inadimplência e o prejuízo com os maus devedores. Diz-se que os bancos são um cartel que dita as taxas de juros aos tomadores. Estudos recentes provam, ao contrário, que nosso sistema bancário exibe níveis de concorrência similares aos de países desenvolvidos. Além disso, o sistema é sofisticado em termos operacionais e tecnológicos. Está preparado para expandir o crédito e ganhar mais. A relação entre o crédito e o PIB no Brasil, de 33, é muito baixa quando comparada à de países como Chile e México. Essa relação pode chegar aos 50% mencionados pelo presidente Lula no discurso da nova posse, por conta da ampliação do crédito imobiliário nos próximos anos. Os bancos serão grandes originadores dessas operações. Vão ganhar mais. Quanto menores forem os riscos inflacionários, mais os juros cairão e maior será a oferta de crédito na economia. Se for possível eliminar a esquisita cunha de tributos nas transações financeiras e melhorar a segurança jurídica, o spread diminuirá, reduzindo adicionalmente os juros. A lucratividade dos bancos não é a maior do Brasil. Com a estabilidade macroeconômica e a redução da volatilidade, muitas empresas brasileiras emergiram como campeãs de lucros robustos e passaram a investir lá fora. Algumas alçam novos vôos e se tornam gente grande na economia mundial. Os lucros permitem que os bancos se capitalizem e assim adquiram maior capacidade de financiar as empresas e os consumidores, investir em tecnologia e aumentar seu poder de competição no mundo globalizado. Um sistema financeiro hígido e eficiente na intermediação financeira é uma das principais condições para o crescimento sustentado. O preconceito capitalista ainda presente em parte da sociedade brasileira e a dificuldade de muitos para entender a lógica econômica explicam por que a atuação dos bancos é vista com desconfiança. Uma análise serena e não ideológica dirá, entretanto, que seus lucros não fogem a padrões de outros países. No governo, melhorou a supervisão bancária do Banco Central. Aqui fora, é preciso entender mais como funciona o sistema financeiro, para evitar que se erre na crítica.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Youtube liberado - mas sem Cicarelli

Política & Cia

José Dirceu tem muitas idéias. Lula sabe disso. O presidente está fingindo que não ouve Dirceu. É compreensível. Resta saber quem Lula está ouvindo para fazer o país andar.
José Dirceu acha que o país tem que botar em prática um plano nacional de desenvolvimento urbano. Muitos vão dizer que é conversa fiada. Mas quem quiser desbastar um pouco o preconceito pode enxergar aí matéria-prima mais consistente do que toda essa cantilena da aceleração do crescimento.
Dirceu é autoritário, despótico, e a medida de seus atos é, acima de tudo, sua tara pelo poder. Mas é preciso prestar atenção nas suas idéias. Uma das últimas mudou a história do Brasil. É dele a engenharia do Lulinha Paz e Aamor, da marcha do ex-operário, das alianças pragmáticas e da conversão relâmpago do PT ao Mercado. Ou seja, foi Dirceu quem tirou Lula de um lugar na política brasileira que hoje poucos se lembram. Dirceu ressuscitou Lula.
No governo, como se sabe, tudo tinha que passar por ele. Esse era o combinado: Lula faria o redentor mundo afora, e Dirceu governaria. Seu plano era acalentar o país com o fortalecimento da estabilidade. Bob Jeff atrapalhou a montagem do Império Petista, mas depois da saída de Dirceu o governo nunca mais teve cara. Agora está tentando se reinventar, mas falta-lhe personalidade. Lula se ressente da sua eminência parda.
De sua trincheira, o ex-deputado dispara muita laranjada ideológica, muita panfletagem chavista, mas mostra que continua sendo o Homem de Estado de Lula. Com a proposta, Dirceu cutuca a falta de imaginação que cerca o Presidente. E mostra que o debate sobre crescimento econômico não precisa estar condenado à monotonia dos juros.
Um programa de investimentos focados em infra-estrutura e segurança, sem explosão orçamentária nem delírio fiscal, mas com hierarquização de projetos e contrapartida clara aos investidores. Uma forma de mobilizar forças públicas e privadas, combater o custo Brasil e semear crescimento econômico real, fugindo da obsessão com a política monetária. Não é a descoberta da pólvora, mas é um ponto de partida mais interessante do que toda a literatura que tem saído.
A idéia tem três problemas: requer alguém no governo capaz de montar um grande plano de gestão, capaz de ter coragem para levá-lo adiante, e, antes de tudo, capaz de levar Zé Dirceu a sério.

Brasileiro

Máximas e Mínimas

Um amigo recebe um telefonema de Nova York, de um investidor americano:
- Que ações devo comprar? Estou muito interessado em aplicar na Bolsa brasileira, disse o investidor .
- Mas, você pensa mesmo em fazer isso?, perguntou o meu amigo. Tem certeza?
- Claro! Já estou até atrasado. Tem um monte de gente aqui que ganhou dinheiro na Bolsa brasileira ano passado.
- Mas, você tem certeza? Você tem lido as colunas da Miriam Leitão?
- Não, não é isso. É que os fundamentos da economia brasileira são muito bons... Pensei com meus botões... Se os "fundamentos" da economia estão muito bons, o que pode não estar bom e despertar tanta inquietação nos "colunistas" da imprensa brasileira?
Bem, se os "fundamentos" de uma construção estão bons, o que não deve estar bom deve ser a piscina da cobertura. Talvez tenha infiltrações e mofe o quarto do casal.

VESTIDO DE DONA MARISA

A reportagem sobre o vestido amarelo que Dona Marisa usou na posse do Presidente Lula deu 14 pontos de Ibope, no Domingo Espetacular, da Record, de domingo passado. Foi uma produção que entrevistou o estilista Walter Rodrigues, e rendeiras do Piauí. Rodrigues já tinha feito o vestido de Dona Marisa para a posse em 2002 – um vestido vermelho – e agora sugeriu utilizar as rendeiras do Piauí para fazer as camélias em renda de bilro que cobriram o casaquinho do vestido.
Rodrigues defende a tese de que a Primeira-Dama deva ser a "embaixatriz" da moda brasileira. Uma moda que se internacionaliza cada vez mais. E Rodrigues é um exemplo disso, pois ele próprio é um exportador.
Interessante que não vi na imprensa brasileira cobertura sobre o vestido. Houve, sim, comentários preconceituosos e a informação da FSP de que o vestido custou R$ 2 mil. Esse desinteresse certamente ajudou a dar audiência ao Domingo Espetacular, porque, como comprovou o Ibope, muita gente queria saber sobre o vestido amarelo da Primeira Dama.

domingo, janeiro 07, 2007

IMPORTANTÍSSIMA

Por fim, o presidente Lula, no discurso do Parlatório, chamou a atenção, na posse, para a escandalosa ausência da oposição – uma coisa atrasada, de gente que não sabe perder, puro despeito e, mais do que isso, falta de educação política, de civilidade. Ou pior do que isso, um recado de que continuarão na política de desestabilizar o governo, um mau sinal, um mau começo.

Relatório Stern

Que o aquecimento global é um problema, ninguém tem dúvida. Que ele é fruto do excesso de civilização, tampouco. Mas o consenso sobre o tema acaba aí. Há duas questões centrais em discussão:
1) a quanto de bem-estar deveríamos renunciar hoje para garantir o bem-estar das gerações futuras, e
2) a quanto de bem-estar deveriam renunciar os ricos para aumentar o bem-estar dos pobres sem afetar o ecossistema.
Um doce para quem acertar a resposta à seguinte pergunta: os cidadãos e os governos dos países ricos preferem atacar principalmente o ponto 1 ou o ponto 2?
Foi o doce mais fácil que você já ganhou em toda a vida. Claro que os ricos preferem congelar o statu quo, centrar o combate ao aquecimento global em sacrifícios igualmente distribuídos pelo planeta. Já os pobres e menos ricos não são tão espertos assim. Em vez de lutarem com unhas e dentes para que o ponto 2 esteja nos centro dos debates, aceitam com grande passividade teorias sobre os prejuízos globais decorrentes do crescimento econômico acelerado. Mas esse é um problema velho no mundo em desenvolvimento. Elites econômicas e políticas habituadas a se curvarem diante do colonizador, diante da lógica do colonizador. É raro ver autoridades que tenham a coragem de enfrentar o debate nadando contra a corrente. Tive a idéia de escrever este post depois de ler a corajosa entrevista que o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Jerson Kelman, deu ao Valor Econômico no último dia 3. Leia e tire as suas conclusões.
Antes, em dezembro, o mesmo jornal já havia publicado um texto traduzido do Financial Times com críticas ao Relatório Stern sobre aquecimento global. O relatório foi encomendado pelo governo britânico e disseminou o pânico ao afirmar que se não forem tomadas medidas imediatas as perdas econômicas futuras decorrentes do aquecimento global serão maciças. Separei aqui também alguns links sobre o relatório, se você estiver interessado:

WANTED

sexta-feira, janeiro 05, 2007

CORRUPTO ou INEPTO?

O Governador de São Paulo, José Serra, anunciou que vai renegociar todos os contratos assinados pelo Governo de São Paulo. Anunciou que vai recadastrar todos os funcionários públicos. Quem não se recadastrar não recebe.
Algumas perguntas, levando em conta que os governadores que antecederam Serra foram Geraldo Alckmin e Mario Covas, ambos do PSDB.
Quer dizer, então, que Alckmin e Covas eram corruptos e faziam contratos lesivos a São Paulo? Ou será que eram ineptos? Que Alckmin e Covas eram corruptos/ineptos e não sabiam que a folha de pagamentos era "fantasma"? Quer dizer que a "crise de valores morais" a que Serra se referiu no discurso de posse era uma crise instalada na administração tucana de São Paulo? Que a ênfase de Alckmin contra a corrupção na campanha à presidência era de fachada – que por trás corria um mar de lama? Que o ex-governador Claudio Lembo, do PFL, foi cúmplice?
O que o novo governador vai fazer? Rasgar o "marco regulatório"? Ou pedir o indiciamento dos Administradores da gestão Covas – Alckmin?
O que tem a dizer sobre isso o Farol de Alexandria (FHC)? Quer dizer que São Paulo era administrado por uns corruptos/ineptos e ele não sabia? E não pediu a punição para eles?
Quer dizer, então, que o Brasil correu o risco de eleger um presidente da República sobre o qual o governador de São Paulo lança dúvidas gravísssimas sobre sua probidade administrativa? Vejam que risco o Brasil correu: uma "crise de valores morais" profunda!
Cláudio Lembo disse que espera que Serra tenha êxito no levantamento da renegociação de contratos e no recadastramento de funcionários. Mas, que a questão não o atinge, porque na sua gestão, Lembo não contratou ninguém nem assinou contrato nenhum, "porque não tinha dinheiro em caixa". Se a atitude de Serra levar a rever o que Alckmin e Covas fizeram, Lembo disse: "Isso é um problema do Serra e de seu partido".

quinta-feira, janeiro 04, 2007

LANTERNAS HISTÓRICOS

Ano a ano todos os lanternas da história do Brasileirão.
71 Ceará - Sport, América-MG e Portuguesa
72 Sergipe - CRB, Portuguesa, ABC
73 Sergipe - Moto Clube, Paysandu, América-RN
74 CSA - Avaí, Itabaiana, CEUB
75 Campinense - Moto Clube, Sergipe, Americano
76 Desportiva - Treze, Ceará, ABC
77 Dom Bosco - Sergipe, Fluminense-BA, Vila Nova-GO
78 Nacional - Sergipe, Brasil Pelotas, Rio Branco-ES
79 Guará - Chapecoense, Sport, Rio Negro
80 Maranhão - Flamengo-PI, Nacional, São Paulo-RS
81 Desportiva -Itabaiana, Londrina, Sampaio Corrêa
82 River - Ferroviário, Taguatinga, Itabaiana
83 Treze - Galícia, Rio Branco-ES, Ferroviário
84 Brasília - Catuense, Confiança, Nacional
85 Sergipe - Santa Cruz, Sampaio Corrêa, Corumbaense
86 Operário-MT -Piauí, Paysandu, Alecrim
87 Corinthians - Santos, Santa Cruz, Goiás
88 América-MG - Criciúma, Santa Cruz, Bangu
89 Coritiba - Sport, Bahia, Vitória
90 Inter Limeira - São José, Vitória, Fluminense
91 Vitória - Grêmio, Sport, Atlético-PR
92 Paysandu - Náutico, Bahia, Goiás
93 Atlético-MG - Botafogo, Bahia, Desportiva
94 Náutico - Remo, Cruzeiro, União S.João
95 União S.João - Paysandu, Vitória, Flamengo
96 Bragantino - Fluminense, Bahia, Criciúma
97 União S.João - Fluminense, Criciúma, Bahia
98 América-RN - Bragantino, Goiás, América-MG
99 Sport - Portuguesa, Botafogo-SP, Juventude
00 Santa Cruz - Corinthians, Coritiba, Gama
01 Sport - Botafogo-SP, América-MG, Santa Cruz
02 Botafogo - Gama, Palmeiras, Portuguesa
03 Bahia - Fortaleza, Paysandu, Ponte Preta
04 Grêmio - Vitória, Criciúma, Guarani
05 Brasiliense - Paysandu, Atlético-MG, Coritiba
06 Santa Cruz -São Caetano, Fortaleza, Ponte Preta

Milagre cubano





Cuba reduziu a sua taxa de mortalidade infantil em 2006 a 5,3 crianças por cada mil nascidas vivas, a mais baixa de sua história. Só o Canadá tem nas Américas uma taxa de mortalidade infantil inferior a de Cuba.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

No Mínimo...

Feliz ano Pan
Relaxa, vai: 2007 vai ser o ano do Pan! Pan de pangaré, pancadão, pandemônio, pandemia, pânico, pântano, pândega, pantomina, panem et circenses.
Pior que vôo da Gol
Vips reclamam de camarote na posse de Lula. Parece que dessa vez o pessoal do PT exagerou na austeridade. Não rolou nem maxi-goiabinha.
Falha técnica
George Bush não sabe o que deu errado: o enforcamento de Saddam Hussein havia sido programado para coincidir com a contagem regressiva para o Ano Novo!
Ovo de Colombo
Se a TAM lançar um programa que transforma horas de espera nos aeroportos em milhagem o pessoal vai começar a reclamar quando o vôo sair na hora marcada.
Concorrente direto
Pelo desempenho descontraído de Sérgio Cabral Filho na posse de Lula, já há em Brasília quem aposte que o governador do Rio vai roubar de Aécio Neves o apoio das louras nas eleições presidenciais de 2010.
Mancada
Lula começou o ano com o pé esquerdo. O direito, como se sabe, está contundido.
Esse é o cara
Símbolo da animação do governo Lula, o ministro Guido Mantega está otimista: "Vai haver 2007! Pelo menos o primeiro semestre eu garanto."
Novo em folha
Fidel Castro pode passar Réveillon no edifício Chopin, em Copacabana. Só se fala disso em Cuba depois da entrevista de médico espanhol sobre o estado de saúde do Comandante.

Folha à baixo!!!

Mesa Redonda


O deputado Ricardo Berzoini reassumiu a Presidência do PT e reuniu 300 pessoas para almoçar em um restraurante de Brasília - entre elas, Aldo Rebelo, atual presidente da Câmara dos Deputados, e Arlindo Chinaglia, que quer sucedê-lo. Chinaglia é candidato do PT. Lula torce para que Aldo se reeleja.

A sinecura dos ex-governadores

Quer começar o ano tendo mais um motivo para falar mal dos políticos?
Lá vai: dos 27 governadores que deixaram os cargos ontem, 15 continuarão mamando nas generosas tetas do Estado. Quer dizer: não darão mais um dia de trabalho pelos eleitores. Mas até morrerem receberão a cada fim de mês o salário que embolsavam quando governavam.

As grandes lambanças de 2006

No quesito em que o pessoal do PT é hors-concours, a cabeçada de Zidane foi tão surpreendente quanto o bebê de João Gilberto, a canja de Jorge Vercilo no show de Oswaldo Montenegro e a crise de apendicite do noivo de Suzana Vieira em plena lua-de-mel. Lula não sabia de nada disso.