segunda-feira, fevereiro 21, 2011

A Inflação voltou... no Mundo todo!!!

O gráfico abaixo mostra que a inflação está mostrando a cara no mundo inteiro, depois de um período de baixa. Esta alta é  fruto das políticas fiscais e monetárias expansionistas adotadas no mundo todo para que fosse evitada a maior de todas as depressões:
Para cada país ou região, o gráfico mostra na coluna mais a esquerda o nível mais baixo da inflação  nos últimos 2 anos, na coluna central a inflação acumulada em doze meses há 6 meses atrás e na coluna mais a direita a inflação atual acumulada nos últimos 12 meses. Pode-se ver uma aceleração forte e generalizada, em vários países, com destaque nos Brics que importaram a política BORG dos EUA e da Europa. A liquidez excessiva cria uma forte expansão dos empréstimos e do consumo, o que gera uma elevação da inflação e dos preços dos ativos.  Este efeito é sentido principalmente nos emergentes já que  suas economias sentiram menos o efeito da crise de 2008, pois seus bancos estavam mais saudáveis. A elevação dos preços nos países desenvolvidos é mais moderada, porém há uma aceleração preocupante. É inexorável uma elevação dos juros reais no mundo todo. E bastante significativa, a menos que os governos adotem políticas fiscais contracionistas , o que parece improvável.  O problema da inflação não é só nosso. E quanto mais tempo demorar para inflação cair, mais difícil vai ser reduzir as expectativas de inflação futura. Com expectativas em alta e economias aquecidas, há o risco de aumento preventivo de preços, o que alimenta ainda mais a inflação. É um ciclo perverso. Logo, é fundamental que as autoridades ajam no front fiscal e no front monetário assim que as expectativas de inflação futura comecem a subir. Quanto mais rápido agirem, menos doloroso será o processo de reversão das expectativas. Estamos meio atrasados. Inflação é um processo que começa com o desejo de alguns agentes em aumentar seus preços. Porém o processo se inflama quando tais agentes tem sucesso e conseguem convencer que se pague os preços por eles impostos. Para controlar este processo é preciso convencer a sociedade que:
A) esta não deve aceitar aumento de preços sem antes reduzir a demanda pelos serviços ou produtos ofertados a preços mais elevados
B) é arriscado tentar impor preços mais altos, pois há risco de perda de volume de vendas ou de fatia de mercado.
Para isto, o juro é  um instrumento fundamental. Ele induz a sociedade a adotar a atitude que mencionei no item a acima, reduzindo a demanda diante do aumento dos preços. E diminuir a demanda do governo, através da redução de seus gastos, ajuda bastante, porém demora mais para surtir efeito. Já as medidas de restrição ao crédito ( chamadas prudenciais ) tendem a ter efeito mais localizado na demanda por bens duráveis. O item b acima é atingido na medida que câmbio não se desvalorize, ou seja, que dólar não suba. Assim os produtos importados competem com os produtos locais e reduzem o poder de barganha dos que desejam aumentar seus preços. Porém no setor de serviços a competição dos importados é quase nula. Logo, é preciso que se reduza a demanda por serviços para que os preços destes parem de subir. Juros elevados aumentam a propensão a poupança, reduzindo o consumo. Enfim, é preciso esfriar a demanda para que as expectativas de elevação de preços caiam, principalmente num ambiente de economia aquecida, com desemprego baixo e elevada utilização da capacidade de produção, como hoje presenciamos. Logo, preparem-se para um CDI mais elevado ao longo dos próximos meses aqui, na China , na Índia, e até mesmo nos EUA, que, na minha opinião, terão de subir o juro mais cedo do que se espera se não reduzirem seu déficit fiscal. Acho que os tempos de liquidez farta estão chegando ao fim.

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