terça-feira, agosto 28, 2012

Big Brother


O inglês Eric Blair emplacou seu pseudônimo, George Orwell, como um dos patriarcas da ficção científica. Ele deve ser também analisado como um dos mais importantes pensadores políticos do Século XX. A fábula "A Revolução dos Bichos", marcou profundamente a esquerda internacional ao denunciar como Stalin e sua camarilha usurparam o poder em nome da coletividade. Em 1948, Orwell terminou de escrever sua obra mais conhecida, 1984, uma alegoria política que denunciava a explosiva combinação de um Estado forte com as tecnologias de comunicações avançadas. Foi aí que nasceu o Big Brother, sinônimo do Estado-total, que tudo vê, tudo sabe e tudo controla, como um deus onipresente, onisciente e onipotente. Durante a guerra-fria, a obra de Orwell foi muito comentada por acadêmicos que estudavam a organização do Estado e o fenômeno do poder invisível. Com o advento da internet e o aparecimento dos cibercrimes, Orwell voltou à tona invocando a questão da privacidade. Há muito que Big-Brother transformou-se em expressão popular. É importante ressaltar, no entanto, que o trabalho desse jornalista deve ser analisado também sob outros paradigmas. Para quem se propõe estudar fenômenos como a globalização e os organismos multilaterais; a geopolítica das grandes potências e os conflitos com o Oriente Médio; a economia digital e a cibercultura; ou ainda o crescimento fenomenal de igrejas evangélicas, de ONG's, de facções políticas ou de "Organizações Criminosas", a obra de George Orwell transformou-se no primeiro clássico a entrar no século XXI. 

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