quarta-feira, outubro 09, 2013

Dúvidas e Mudanças

O impacto causado pela estranha adesão de Marina a Dudu "Arraes" Campos, que nas pesquisas tem menos de um terço de intenções de voto do que a "sonhatica", esconde algumas dúvidas de fundo. Em termos de propostas para o resgate de dívidas históricas que o Brasil tem com sua população e a inserção do país na economia e na geopolítica mundial, quais são as diferenças marcantes entre os que postulam o Palácio do Planalto? Existem mesmo essas diferenças? As candidaturas até aqui postas de pelo PSB e pelo PSDB traduzem uma possibilidade de alternância naquilo que é essencial para rapidamente melhorar a vida de milhões de brasileiros?
Claro que há diferenças e até divergências sobre como conduziriam a gestão da máquina estatal. Afinal, cada um expressa os interesses do bloco político e econômico específico que pode levá-los à Presidência e esses blocos diferem entre si. Claro que há, também, distinções em termos de caráter pessoal. De tudo se pode falar de Dilma, de Campos e de Marina, mas, até hoje, nunca veio a público nada que os comprometa no campo da honestidade pessoal. Aécio e Serra, cujo mácula moral mais recente é o propinoduto que o PSDB montou há décadas no sistema de transportes e energia de São Paulo, estão pra lá de inadimplentes nesse quesito e nem a imagem de impolutos podem reivindicar.
Se eleito, qual a mudança na estrutura econômica, no sentido de uma profunda e urgentíssima divisão da riqueza, que Campos, Marina, Aécio ou Serra desejariam ou pelo menos estariam dispostos a fazer? Poderiam eles conduzir alguma mudança?
O importante é a mudança na estrutura econômica e política. Há muito o sistema de representação eleitoral e o Judiciário brasileiros não passam de um teatro de marionetes que apenas visa a dar um verniz de política pública aos interesses das maiores corporações instaladas no Brasil. Ao longo de nossa história, às massas têm sido relegadas as migalhas do crescimento econômico em si concentrador de renda e riqueza. Mudança real e efetiva na economia significa, em um primeiro momento, horizontalizar radicalmente o modo de produção, para que amplas parcelas da sociedade finalmente tenham resgatadas as dívidas odiosas e históricas que o Brasil sempre produziu.

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