quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Cápsula da Cultura

Taxa de Câmbio

O Gráfico abaixo mostra a Taxa de Desemprego no Brasil desde 2001. Vemos em lilás que o desemprego  vem caindo desde 2003.  Só ocorreram duas leves pausas em 2006 e em 2009, marcadas em amarelo. Estamos no menor nível de desemprego dos últimos 10 anos. A linha verde mostra a média móvel dos últimos 12 meses, que suaviza o gráfico em suas variações sazonais:
Agora vemos abaixo o gráfico da cotação do dólar , no mesmo período:
Houve uma forte queda do dólar neste período, mostrada pela seta lilás. E houve apenas dois períodos quando dólar parou de cair, em 2006 e 2009, marcados em amarelo. E hoje estamos próximos da menor cotação em 10 anos. Fica duro, portanto,  afirmar que o dólar baixo aumentou o desemprego no Brasil. O que houve foi sim um deslocamento do emprego industrial para o setor de serviços. Porém, no agregado, a oferta de empregos só subiu, apesar do dólar que só caiu, e mesmo com estes juros absurdos. Enfim, vamos olhar os fatos, e não as versões. Chega de gente dando chute.  Olhem os números e os gráficos.

PIB

A Indústria e os Investimentos perderam participação no Produto Interno Bruto em 2009, enquanto os Serviços e o Consumo das Famílias ganharam peso, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A participação da Indústria entre os setores do PIB caiu de 27% em 2008 para 25%, enquanto a do setor de Serviços aumentou de 66% para 68%. Sob a ótica da demanda, a composição do PIB também foi alterada pelos efeitos da crise econômica mundial. A participação do Investimento no PIB caiu de 19% para 16%. Já o Consumo das Famílias aumentou de 60% para 62%. A perda de participação da indústria seria um problema se a indústria estivesse sendo destruída. Mas não é o que ocorre”, disse o coordenador de Contas Trimestrais, Roberto Olinto. O próprio IBGE, em texto distribuído à imprensa, atribui a queda de peso da indústria na economia principalmente à redução de 5,5% do setor industrial em 2009, registrada pela pesquisa do PIB divulgada. Olinto observou que o setor de intermediação financeira – o que mais cresceu no ano passado – é parte do setor de serviços. O aumento de participação da indústria, no entanto, é mais difícil. Olinto observou também que “a indústria é o local onde vai se realizar a produção industrial, mas quando a produção cresce, o comércio e o transporte, que são serviços, crescem também”. A Agropecuária passou de 5% para 6%

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

SP gasta mais do que União com Cartão

Nos últimos dez anos, os gastos com o cartão corporativo já atingiram R$ 609 milhões em São Paulo. O valor é 70% superior ao registrado pelo Executivo federal no mesmo período – R$ 357,6 milhões. Em geral, o cartão do governo de São Paulo é usado para cobrir gastos “decorrentes de despesa extraordinária e urgente, cuja realização não permita delongas”. No ano passado, quem liderou o ranking foi a Secretária de Saúde do estado, que desembolsou o total de R$ 12,3 milhões. O valor é quase três vezes o que o Ministério da Saúde e unidades vinculadas, por exemplo, utilizaram com o cartão corporativo do governo federal no mesmo ano. Em segundo lugar aparece a Secretaria de Segurança Pública, com quase R$ 10 milhões desembolsados no período. Clique aqui para ver o quadro por órgão. A regulamentação estadual prevê 39 tipos diferentes de classificação de despesas. Pelo menos nos últimos dois anos, no entanto, 25% das despesas se concentraram em apenas duas rubricas: “outros materiais de consumo” e “despesas miúdas e de pronto pagamento”. Nesta última, estão incluídos gastos com selos postais, telegramas, material e serviços de limpeza e higiene, lavagem de roupa, café e lanches, por exemplo. Nela também podem ser adicionadas despesas com encadernações, artigos farmacêuticos ou de laboratório para uso ou consumo próximo ou imediato, além de qualquer outra conta de pequeno vulto, desde que devidamente justificada. A “manutenção de viaturas pelo regime de adiantamento”, que consiste na entrega do valor ao servidor sem a necessidade do processo normal de aplicação, também aparece entre as descrições mais utilizadas pelos portadores do cartão. Entre 2009 e 2010, cerca de R$ 10,5 milhões foram gastos com esta finalidade. Para suprimentos, manutenção e serviços de informática, quase R$ 8,6 milhões foram utilizados na temporada (veja a tabela). Por decisão governamental, o saque não foi mais permitido e  as despesas com diárias e ajuda de custo passaram a ser realizadas pelo processo normal de aplicação, sempre precedido de empenho em dotação própria, medidas essas que contribuíram com a redução dos gastos realizados pelo regime de adiantamento”, afirma. Atualmente existem 4.454 cartões de pagamento de despesa distribuídos pelo governo paulista. Todos os dados citados na matéria foram extraídos do portal de transparência do governo estadual, o “Prestando Contas”. O portal permite acesso à lista de fornecedores, com informações sobre a data da operação, órgão que efetuou a despesa e o valor. Ao contrário do governo federal, no entanto, não é possível conhecer os portadores dos cartões, nem sequer o valor acumulado por secretaria. Para isso, foi preciso tabular manualmente os dados. De acordo com a equipe da Sefaz, a atual formatação do portal foi proposta para “facilitar a usabilidade na consulta, mesmo por leigos, evitando várias aberturas de páginas”.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

E o Mensalão???

Se o julgamento do Mensalão ocorrer mesmo em 2012, como o próprio ministro Joaquim Barbosa, do STF,  declarou ao jornal O Estado de S. Paulo, e o crime de formação de quadrilha prescrever, o processo do Mensalão perde força. Os crimes de prevaricação (atuação pública com interesse pessoal) e concussão (exigir dinheiro ou vantagem em razão do exercício de função pública) já caíram por terra depois de a empresa Visanet declarar em juízo ser a dona do dinheiro depositado na conta do publicitário Marcos Valério. Esta seria a prova da ausência de dinheiro público na transação PT e aliadosO “crime de caixa 2″ prescreveu em dois anos, ou seja, antes mesmo de a denúncia ter sido aceita pela Justiça. Restam aos 38 réus os crimes de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. O primeiro dependeria de crime antecedente, o que fica mais difícil determinar com as prescrições. O segundo, este sim, não prescreve, mas nem todos os 38 réus estão sob esta acusação. Talvez seja este o motivo de o ministro Barbosa encontrar tanta dificuldade para concluir o seu voto.

TV Cultura

Após o período eleitoral, em que a emissora não podia demitir, o ex-secretário de Cultura do Estado e hoje presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, começou a colocar em prática seu plano de reestruturação da TV Cultura. A primeira leva foi anunciada - 150 demitidosSegundo fontes, Sayad quer reduzir a produção de programas próprios e demitir até 1.400 dos atuais 1.900 funcionários.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Cápsula da Cultura

Banco PanAmericano

De forma discreta, que passa batida para a maioria, o Diretor de Fiscalização do Banco Central, Alvir Alberto Hoffman, já comunicou sua intenção de deixar o cargo. Conforme relatório do BC publicado pelo Valor Econômico, embora ainda em fase de apuração o rombo no banco de Sílvio Santos, parcialmente coberto (R$ 2,5 bi) pelo Fundo Garantidor de Crédito pode chegar a R$ 4 bi. O diretor do BC pediu demissão, mas o país espera pelo menos uma satisfação quanto a essa história, sempre mal contada, em pílulas, e nada clara para a sociedade até agora. O ideal seriam medidas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com relação às empresas que auditaram o PanAmericano nos últimos 3 ou 4 anos, período em que corriam soltas as fraudes, como já admitiram ex-diretores do Banco que agora Sílvio Santos vendeu para o BTG PactualAfinal, ninguém entende como a CVM, o BC, a Receita Federal, os bancos e empresas de auditoria envolvidas na fiscalização, e agora na venda do PanAmericano, não detectaram nada, nadinha do que acontecia e nem o comportamento de sua diretoria nesse período em que dizem que o fiscalizaram. Como foi possivel? Eis uma pergunta que busca uma resposta. Com a palavra os orgãos de fiscalização do país.

Magreb e Oriente Médio

São ditadas por interesses geopolíticos e econômicos, as razões que levam as potências ocidentais a amplificarem a influência religiosa da Irmandade Mulçumana no EgitoVale lembrar que Tio Sam transferiu à ditadura egípcia nos últimos 30 anos, nada menos que  US$ 45 bi de dólares em ajuda militar. O Ocidente teme e superdimensiona a revolta popular e os riscos de governos teocráticos assumirem o país. Potências, aliás, que sustentam as ditaduras do Norte da África e do Oriente Médio. O que temem, na verdade, é a perda da influência política e econômica na região e o fim da cumplicidade dos atuais governos com a política norte-americana para com o Oriente Médio, particularmente com relação ao Iraque, Irã e a PalestinaEis aí a chave da questão. Toda política externa e toda ajuda militar e sustentação política aos regimes ditatoriais do Magreb e Oriente Médio sempre buscaram evitar o surgimento de uma potência média na região que colocasse em risco a hegemonia americana e Israel. O Magreb é a região em que se concentram os mais pobres países do Norte da África, ditaduras praticamente sem exceção.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Cápsula da Cultura

Fim da "Janela"

Gastaram a rodo na "janela" de transferências do inverno europeu. Mas, se observarmos bem, a gastança saiu do bolso de poucos desesperados, deslumbrados ou perdulários. Depende do contexto no qual você está disposto a rotular o fanfarrão milionário da vez. O Barcelona, clube mais deslumbrante e pé no chão do planeta, só pagou 3 milhões de euros por Affelay. Mourinho (Real) teve que ficar de biquinho e até bater pezinho para convencer Jorge Valdano e Florentino Perez a contratar Adebayor (por empréstimo, diga-se de passagem). Na Itália, Massimo Moratti (Inter) pagou 12 milhões de euros por Pazzini, melhor atacante em atividade na Bota. Recrutou o marroquino Kharja, do Genoa, quase a preço de custo. E deu um castigo a Santon, perdido por causa do deslumbramento da juventude, o emprestando ao Cesena em troca do míssel japonês Nagotomo. Já a Juventus recolheu, por empréstimo, o bom atacante Alessandro Matri, do Cagliari, e se livrou de Amauri (emprestado ao Parma). O Milan também foi contido. Van Bommel veio sem grandes desfalques aos cofres. Emmanuelson, idem. E Legrottaglie é um quase um contra-peso juventino. O Manchester City comprou bem (Dzeko), mas gastou demais (27 milhões de euros). Mas quem chutou o balde mesmo foi a dupla Chelsea-Liverpool. Os dois ingleses enlouqueceram pela pressão de resultados, por causa da carranca do seus donos e pela insatisfação dos torcedores. Os Reds consumiram 60 milhões de euros com Luizito Suarez, uruguaio do Ajax e mais 40 milhões por Andy Carroll, artilheiro do Newcastle. E Roman Abramovich, dono do Chelsea, gastou 58 milhões com Fernando Torres e mais 25 milhões com David Luis no mesmo dia em que o anunciou prejuízo de 82 milhões de euros na temporada passada! Alguém compre uma calculadora em Stamford Bridge, ou chame a polícia! Reds e Blues endoidaram. Jogaram dinheiro no Rio Tâmisa. Lavanderia ou não, deram uma aula de como não se administrar uma empresa.

Veja abaixo, a lista dos 10 maiores negócios da história do futebol mundial (em EUROS):

1. Cristiano Ronaldo (Manchester United – Real) – 96 milhões – 2009
2. Zidane (Juventus – Real Madrid) – 71 milhões - 2001
3. Kaká (Milan – Real Madrid – 65 milhões - 2009
4. Fernando Torres (Liverpool - Chelsea) - 58 milhões - janeiro de 2011
5. Figo (Barcelona - Real Madrid) - 57 milhões - julho de 2000
6. Tévez (Manchester United – Manchester City) – 56 milhões 
7. Crespo (Parma - Lazio) - 54 milhões – 2000
8. Carroll (Newcastle - Liverpool) - 52 milhões
9. Rooney (Everton – Manchester United) – 48 milhões - 2004
10. Shevchenko (Milan – Chelsea) – 48 milhões - 2006

terça-feira, fevereiro 01, 2011

A Casa do Povo

Na jovem democracia brasileira, a Casa do Povo que toma posse amanhã tem algumas características raras e/ou inéditas:
1) Fragmentação recorde - A Câmara terá 22 partidos representados. É o número mais elevado desde a volta do pluripartidarismo, no início da década de 80. Na Colômbia, há 12 partidos com deputados eleitos. No Chile, 8. No México, só 7. Já a exótica e em crise eterna Argentina tem 35 blocos políticos no Congresso - eleitos pelo modelo distrital, o que serve de alerta aos defensores desse sistema como panaceia para o Brasil;
2) Concentração - 8 dos 22 partidos com deputados eleitos receberam 75% dos votos para a Câmara na eleição do ano passado;
3) Nanicos - O Brasil tem hoje 27 partidos. Os 5 que não elegeram deputados tiveram, juntos, 0,6% do total de votos para a Câmara;
4) PMDB grande - Desde 1986, nunca um partido havia eleito deputados em todas as 27 unidades da Federação. No ano passado, o PMDB foi o único a repetir a façanha.
Como se observa, a democracia brasileira tem defeitos e assimetrias. O principal problema é corolário do democratismo de leis benemerentes com agremiações sem o apoio popular devido. Com o fim da ditadura, fazia sentido dar tempo de TV, dinheiro do fundo partidário e benefícios fartos a todos os novos partidos. Mas passaram-se 25 anos. Se em um quarto de século uma sigla não se estabeleceu, é lesivo à democracia manter as vantagens oferecidas. Das possíveis alterações nas regras eleitorais, duas mitigariam as mazelas nacionais: o fim das coligações para eleger deputados e a criação de uma cláusula de desempenho - só teria amplo acesso à TV a sigla com 5% ou mais dos votos. Haveria uma profilaxia no horário eleitoral. Seriam escoimados os embusteiros que há décadas vendem ideias rejeitadas pelo eleitor.