quarta-feira, setembro 15, 2010

Tristeza

Muito triste a situação do professorado da rede pública paulista, desprezado, abandonado pelo governo tucano há 28 anos, desde 1983, marco inicial da gestão do governador Franco Montoro, o primeiro tucano a assumir o governo paulista. É dramático o balanço divulgado pela FSP, segundo o qual este ano chega a 46% o número de professores temporários na rede estadual de São Paulo. Os temporários são professores sem estabilidade, sem a maioria dos direitos trabalhistas e estatutários. O índice de 46% é o maior registrado no Estado desde 2005, no mandato de Geraldo Alckmin, agora candidato a Governador. No ano passado, o governador José Serra - hoje candidato da oposição a Presidente da República - anunciou que reduziria a taxa, então de 42%, para 10% em quatro anos. Só que abriu um concurso realizado em março para contratar apenas 10 mil professores e os aprovados só começarão a trabalhar em 2011. Especialistas ouvidos pela Folha consideram que estes profissionais temporários têm impacto direto na qualidade de ensino, porque vivem em permanente instabilidade e enfrentam uma maior rotatividade nos colégios em que trabalham. O jornal nem precisava ouvir esses técnicos. Os exames anuais de avaliação feitos na rede pública no Estado trazem índices cada vez mais alarmantes de deterioração na qualidade do ensino paulista. Como lembro sempre a vocês, eles não estão no governo há quatro anos, estão há 28 anos. A degradação, falência e caos a que chegou a Educação no Estado não tem explicação. Pior é que a cada movimento da categoria em torno de reivindicações, inclusive pela melhoria do ensino público, seus integrantes são tratados a cassetete, com repressão policial dos governos tucanos que não sabem dialogar com os movimentos sociais, jamais negociaram com os professores e consideram suas greves meramente "políticas". É o velho princípio: para governo tucano problemas sociais são questão de polícia.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Combate à Corrupção

Houve um tempo, e até bem recente, em que a Justiça só funcionava para os pobres. A situação ainda não se transformou totalmente, mas “nunca antes  na história desse país” se viu tanta gente graúda sendo presa. O governo não é a Justiça, mas quando tem compromisso com a ética leva a ela situações de irregularidades. Desde o início do governo Lula, a Polícia Federal aumentou o número de operações de grande porte e o volume de prisões. E as ações se concentraram, sobretudo, em crimes contra os cofres públicos e a sonegação fiscal. Nunca se viu tanto banqueiro, juízes, políticos, auditores e policiais sendo presos ou processados. De 2003 até o início de setembro desse ano, de acordo com números da PF, foram mais de mil operações, com 14 mil presos, sendo 1.700 servidores públicos. A imprensa, por razões eleitorais, tenta passar a existência de um clima de impunidade no país, principalmente em relação a integrantes do governo, num esforço permanente de desacreditar a política e alienar a sociedade. Os números testemunham. A PF e várias outras instâncias do governo se uniram ao Ministério Público e agiram como nunca. Lula podia comparar as mais de mil operações da PF em seu governo com as 28 dos oito anos de FHC e perguntar quem foi o mais interessado em combater a corrupção no país.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Sexpedia

Acabo de ler uma matéria sobre uma pesquisa feita na Universidade Erciyes, na Turquia, segundo a qual os gordinhos conseguem transar por mais tempo do que os mais magros. Segundo o estudo, homens com excesso de peso têm maiores níveis do hormônio estradiol, o responsável pelo desequilíbrio químico que tem esse bem vindo efeito-colateral.

Cápsula da Cultura

quarta-feira, setembro 08, 2010

Toda Mídia

O bilionário George Soros, um dos maiores financiadores democratas nos EUA, doou US$ 100 milhões à ONG Human Rights Group, de Nova York, para que "abra novos escritórios pelo mundo", segundo o "New York Times". E "quer ver a organização levantar mais dinheiro em lugares como Brasil e China". No "Guardian", "a ONG está atenta à força de nações em desenvolvimento como Brasil, África do Sul e Índia, que agora podem ter mais peso em suas regiões do que Washington". O "NYT" também publicou que James Cameron, "anunciou planos para fazer um outro filme em três dimensões sobre um povo tentando conservar a sua terra". Mas, "diferentemente de 'Avatar', será sobre a tribo caiapó no Brasil e seu esforço para impedir a construção de Belo Monte".  De Fidel ao Irã. O cubano conversou por cinco horas com Jeffrey Goldberg, da"Atlantic" sobre o risco de guerra contra o Irã. No destaque on-line da revista, "Fidel para Ahmadinejad: Pare de maldizer os judeus". Fidel Castro questionou o anti-semitismo seguidamente e afirmou que Teerã deveria entender que "ninguém foi mais perseguido que os judeus". Um dos dois repórteres do caso Watergate, Bob Woodward lança "Guerras de Obama" no próximo dia 27, depois de "um ano e meio de trabalho nos bastidores" do governo Obama, noticiou ontem a ABC. 

quinta-feira, setembro 02, 2010

Cápsula da Cultura

O errante navegante

Numa estratégia de desespero diante da forte queda nas pesquisas, Serra optou por uma campanha esquizofrênica. Ora tenta atrelar-se a Lula. Ora coloca-se numa oposição vacilante, sem bandeira, sem convicção, evasivo. Serra erra na fórmula e no conteúdo. "Serra e Lula, dois homens de história, dois líderes experientes", prega seu programa na TV, para logo depois ele mesmo estar nas ruas a criticar o Governo. Bob Jefferson, botou o dedo na ferida da nau tucana: "Não adianta fingir que é Grêmio, se você é Internacional", e segue no ataque: "Serra é responsável pela nossa dispersão, nunca nos reuniu". Serra errou na construção de sua imagem, no marketing do Zé que não convence. Errou na acomodação inicial diante da vantagem que carregava por simples inércia. Errou no timing da candidatura e errou ao desconsiderar aliados, com a sua postura senhorial e desconexa. A candidatura segue agora em mares revoltos, fazendo água por todos os lados. Com o sentimento de desalento tomando conta e a arrecadação minguando, aliados abandonam o barco. Para tentar diminuir a distância oceânica que o separa da adversária, Serra dá mais uma guinada de rota, com o risco inexorável de bater nas pedras. Vai rumo ao tudo ou nada, prepare-se, caro eleitor, está aberta a temporada de golpes baixos. Quebraram o sigilo??? Culpa da Dilma!!! Uma ditadura está sendo construída??? Culpa da Dilma!!! A gritaria simplista e ingênua dá conta da fragorosa derrota que se avizinha. Até mesmo em São Paulo, terreiro da hegemonia tucana, onde Serra foi deputado, senador, prefeito e governador, Dilma está na frente. Retrato de uma oposição claudicante. Serra bateu o pé para que seu nome fosse ungido dentro do PSDB, sem permitir prévias contra Aécio Neves. Em 2006, esticou até onde pôde, atrapalhando a campanha de Alckmin. Em 2002, impôs seu nome ao Presidente FHC, que, no fundo, sabia da fragilidade política e do impulso desagregador do amigo. Hoje, Serra colhe as tempestades...

quarta-feira, setembro 01, 2010

IBGE

Cápsula da Cultura

Quando a oposição perde...

Quando a oposição é devastada pelo resultado eleitoral, alguém grita: "PRI". É um grito de advertência contra a instalação de um regime de partido único. Algo parecido com a coligação que governou o México de 1926 a 2000, sob a sigla do Partido da Revolução Institucionalizada. O apito de PRI costumava soar depois da eleição. Agora ele veio antes, com um inoportuno componente de derrotismo. Ele soou em 1970, quando a popularidade do General Médici e os camburões da polícia esmagaram o MDB. A oposição ficou com 87 das 310 cadeiras da Câmara, perdendo até o terço necessário para requerer uma CPI. O governo elegeu 42 senadores. Era o PRI. Quatro anos depois, o MDB elegeu os senadores em 16 dos 22 estados. Não se falou mais em PRI. Em 1986, cavalgando o Plano Cruzado, o PMDB de José Sarney elegeu 22 governadores, 36 senadores e a maioria dos deputados. Novamente: PRI! Desde então, o apito calou-se, para voltar a ser ouvido agora. Falar em PRI no Brasil quando o PSDB caminha para completar vinte anos de poder em São Paulo é, no mínimo, uma trapaça. Sabendo-se que o PT conformou-se com uma posição subsidiária nas eleições para governadores, o espantalho torna-se risível. Mas o paralelo histórico tem algo a informar. O PRI surgiu depois de uma revolução durante a qual mataram-se três presidentes. Seu criador não foi Emiliano Zapata, muito menos Pancho Villa, mas o General Plutarco Elias Calles, que assumiu em 1924 e governou até 1935, fazendo-se chamar de "Jefe Máximo". Esse período da história mexicana é conhecido como "Maximato". A má notícia para quem flerta com um "Lulato" é que um dia "El Jefe Máximo" teve uma ideia e decidiu entregar o poder ao companheiro de armas Lázaro Cárdenas. Encurtando a história, Cárdenas dobrou à esquerda, exilou meia dúzia de larápios do "Maximato" e, em 1936, despachou o próprio Calles, que ralou cinco anos de exílio. O que está aí para todo mundo ver é Lula pedindo votos para sua candidata, e uma grande parte do eleitorado, consciente e satisfeita, dizendo que atenderá com muito gosto ao seu pedido. Um país com a sofisticação econômica do Brasil, com a qualidade da sua burocracia e com o vigor de suas instituições democráticas não cai nas mãos de um PRI. Apitando-se, faz-se barulho, e só. O problema da oposição brasileira, com sua vertente demófoba, chama-se Lula, "El Jefe Máximo", que o embaixador Celso Amorim chamou de "Nosso Guia" e Dilma Rousseff qualificou como o "Grande Mestre".