sexta-feira, setembro 15, 2006

É hora!!!

O deputado Fernando Gabeira acordou hoje sem quer entrar para a história como aliado dos tucanos. A esperada matéria da revista Isto é sobre a origem dos sanguessugas no governo FHC vem contundente. Faltam 15 dias para a eleição e a denúncia envolvendo José Serra vai revelar o comprometimento da imprensa. Hoje os jornais passaram em branco. Blogueiros, colunistas e cientistas políticos também. Ninguém fez marola mas a história não absolverá. Se aproxima a hora da onça beber água.

Se alguém ainda tinha esperanças...

Pesquisa IBOPE acaba de ser divulgada em Brasília pela CNI mostra vitória de Lula:
Lula – 50% (eram 44%)
Alckmin – 29% (eram 25%)
Helô – 9% (eram 11%)
Cristovam - 2% (era 1%)
Nos votos espontâneos, Lula dispara e deixa os demais para trás. É, Alckmin, é hora de dar tchau:
Lula – 42% (eram 31%)
Alckmin – 20% (eram 14%)

Lula e Alckmin empatados...no índice de rejeição. Fica cada vez mais distante o segundo turno tão sonhado pelos tucanos:
Índice de rejeição (não votaraiam de jeito nenhum no candidato)
Lula – 32%
Alckmin – 31%
Índice de fidelidade (certamente votariam no candidato)
Lula – 66%
Alckmin – 58%
Índice de desconhecimento
Lula – 2%
Alckmin – 12%
Cristovam – 50%
Helô – 19%

terça-feira, setembro 12, 2006

Elucubrações de um Solitário

Em um artigo publicado na revista “Les Temps Modernes” de 1973, Jean-Paul Sartre analisou a evolução da democracia representativa em seu país, concluindo que a inércia dos cidadãos, presos às suas individualidades e desconfianças, os impede de se libertarem do eterno sistema político de dependência das elites sociais no poder. Ele acreditava que o povo desorganizado abdica do poder que lhe pertence quando é levado a aceitar as regras do jogo eleitoral, delegando aos políticos profissionais o direito de influenciar nas decisões nacionais que interferem nos seus interesses cotidianos. Com o sugestivo título de “Eléctions, piège à cons”, o artigo de Sartre vai buscar na história da democracia francesa os argumentos para sustentar sua tese. Começa com a criação do voto censitário no alvorecer da Revolução Francesa de 1789, que instituiu duas classes de cidadãos, a maioria da população francesa na época, foi excluída do direito de votar. Além disso, foi adotada a Lei Le Chapelier, que proibia qualquer associação de trabalhadores. No Brasil, o voto censitário foi instituído pela Constituição Imperial de 1924. Para votar, o cidadão brasileiro do século XIX precisava ter uma renda mínima. Nas últimas semanas, declarações sugeriram saudades do voto censitário. A preferência pelo presidente Lula é no eleitorado com renda mais baixa. A ampla aprovação dos programas sociais do governo fecha a equação: estão comprando o voto do eleitor desqualificado, Lula está saqueando para dar aos pobres e assim, os votos necessários para a permanência no poder. Esse é o raciocínio que a oposição conservadora e seus aliados na mídia tentam transferir para os que se julgam mais informados e mais injustiçados. É esse grupo que o “ex” instiga para “rechaçar todas as formas de populismo”, o tucano, que multiplicou a dívida pública para sustentar um populismo cambial e alterou a Constituição de forma nebulosa, afirma que a Bolsa Família “vem sendo desvirtuada”. Essas “elucubrações de um solitário” temperam o caldo que uma parte da oposição tenta engrossar para o período pós-eleitoral, com o auxílio dos “deformadores de opinião”. Referindo-se aos incomodados com os gastos sociais de seu governo, o presidente Lula disse que eles gostariam de “trocar o povo brasileiro”. Uma idéia que já teria gerado filosofias perigosas como a da raça superior defendida por Adolph Hitler. Para Tarso Genro, essa tentativa de “desvalorizar o processo eleitoral” é um recurso extremo que a oposição tenta utilizar depois de constatar que a campanha feita contra Lula não surtiu efeito. Ele considera que está surgindo uma nova classe média. O cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, não consegue enxergar as razões dessa desqualificação do processo eleitoral. Ele observa que, em alguns levantamentos, Lula supera os adversários no segmento com escolaridade de nível superior. Guedes observa que o eleitorado pobre é mais pragmático na escolha de seus candidatos. Mas não se trata de um segmento com menor capacidade de discernimento. Guedes sustenta que o parâmetro que determina a escolha do eleitorado é se sua vida está melhor. E lembra que, mesmo no auge do mensalão, a percepção da maior parcela dos eleitores era de que o governo anterior era mais corrupto. “É óbvio que quem não tem contato com a população mais pobre do Brasil não conhece a realidade do país”, endossa o presidente do PT Ricardo Berzoini. Para ele, desqualificar o voto do eleitor mais pobre, que reconhece o governo do presidente Lula como responsável por sua vida ter melhorado, é desqualificar a democracia. “Democracia pressupõe que o voto do cidadão mais pobre tenha o mesmo valor do voto do empresário mais rico”. Quanto à acusação de populismo esboçada na crítica do “ex”, vale a pena conferir o relato do sociólogo Walder de Góes na Análise Política do IBEP. Ele conta que esteve na Europa e ouviu que, se Lula fosse votado por lá como candidato à Presidência do Brasil, venceria com pelo menos 70% dos votos. “A Europa parece acreditar firmemente que a liderança de Lula estaria salvando a América Latina”, relata Góes. Eis a opinião da esquerda européia. Esquerda que Sartre inutilmente tentou convencer que a democracia indireta é uma mistificação, pois: “Pretende-se que a Assembléia eleita seja a que melhor reflita a opinião pública. Mas só há opinião pública serial. A imbecilidade dos meios de comunicação de massa, as declarações do governo, a maneira parcial ou truncada pela quais os jornais refletem os acontecimentos, tudo isso vem encontrar-nos em nossa solidão serial e nos empanturrar de idéias pré-fabricadas, feitas daquilo que pensamos que os outros pensarão”.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Relatos da imprensa hoje:

GAZETA MERCANTIL - A produção brasileira de grãos chegará a 118 milhões de toneladas este ano, 5% a mais que em 2005, segundo previsões do IBGE divulgadas hoje. O número se refere à produção de cereais, leguminosas e oleaginosas calculada pelo instituto com base nas informações recolhidas em agosto.
VALOR - O Brasil está entrando em seu terceiro ciclo de investimentos de infra-estrutura de transporte e logística para o setor de petróleo e gás. Com início em 2005, essa fase deverá compreender, a exemplo das anteriores, dez anos e será marcada por vultosos investimentos, tanto da Petrobras como de empresas da iniciativa privada. Essa é a análise de Marcelino Guedes Ferreira Mosqueira Gomes, diretor de terminais e oleodutos da Transpetro, para quem o país entrou em nova fase de expansão econômica, com mudanças que alteraram o perfil da demanda de energia

sexta-feira, setembro 08, 2006

Muito barulho por nada!!!

Vamos esquecer um pouco do "eu acho". Vamos comparar números do Datafolha.
1) Pesquisa de fevereiro. A última antes de ser definido o candidato do PSDB. Cenário sem Serra e sem Garotinho:
Lula 57%
Alckmin 25%
Helô 10%
Cristovam 1%
Outros 7%
Segundo turno: Lula 60% x Alckmin 40%
2) Pesquisa setembro:
Lula 58%
Alckmin 30%
Helô 10%
Cristovam 1%
Outros 1%
Segundo turno:Lula 60% x Alckmin 40%
Para quem quiser conferir, é só entrar no Datafolha e fazer as contas. No site, você verá ainda que, fora pequenas flutuações que se compensam, há uma grande estabilidade nos segmentos. Ou seja, para efeitos práticos, nada aconteceu na campanha presidencial de fevereiro para cá. Alckmin tomou para si a maioria dos poucos votos de Freire e Rigotto. Está longe de ser uma façanha.

Relatos da imprensa hoje

VALOR - O superávit da balança comercial dos agronegócios alcançou US$ 28 bilhões, recorde para o período. O resultado reflete as exportações de US$ 32 bilhões - igualmente recordes - 11% maiores, e importações de US$ 4 bilhões.
JORNAL DO COMMERCIO - Foi divulgada nova pesquisa Ibope sobre a sucessão em Pernambuco. O governador Mendonça Filho (PFL) lidera com 36%, seguido de Humberto Costa (PT), que teve 25%, e Eduardo Campos (PSB), com 22%.
ESTADÃO - O Itamaraty reabilita hoje o poeta e ex-embaixador Vinícius de Moraes, expulso de seus quadros há 40 anos pela ditadura militar.

quinta-feira, setembro 07, 2006

No Mínimo...

Folga dos tucanos
Cabos eleitorais de Geraldo de Alckmin o aconselharam a passar o feriadão em casa ensaiando a virada com Dona Lu. Ninguém agüenta mais a campanha nas ruas.
Mandando bem
Afora o Botafogo, a Polícia Federal e o Chico Buarque, ninguém mais está dando show no Brasil.
Ô, raça
Bicho ruim não respeita nem os mortos. Crocodilos de toda a Austrália marcaram para o fim de semana uma festa em homenagem à arraia que ferroou o coração do “caçador” Steve Irwin.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Quatro semanas para o 1º turno

Apesar da discreta subida de Alckmin, a reta final da eleição abre-se com amplas chances para Lula. Basta o presidente não cometer erros que vencerá no primeiro turno. O que joga a favor de Lula, além do ambiente econômico positivo, é a desorganização da campanha de Alckmin, que não consegue motivar o eleitorado. Ainda que o candidato do PSDB-PFL tenha potencial para ser candidato, a campanha não ajuda o discurso não empolga e os aliados o estão traindo. A campanha entra em setembro do jeito que estava no início de agosto. Lula é favorito para vencer no primeiro turno. A cautela que os candidatos à Presidência tiveram não deve se repetir. Deverão ocorrer ataques mais diretos ao presidente Lula e ao governo FHC, que chegou a recomendar “botar fogo no palheiro”. Aliás, Alckmin caminhou nessa direção. Dada à ampla vantagem de Lula e o fato de que não há munição disponível contra ele, há garantia de sucesso. Para virar o jogo, Alckmin terá que empolgar e mostrar que vale a pena fazer a mudança.

terça-feira, setembro 05, 2006

O consenso!!!

Em política econômica e social o Brasil avançou muito nos últimos anos. A sociedade passou a compreender as limitações impostas pela escassez de recursos para satisfazer as suas necessidades. Aparentemente, há um consenso sobre alguns pontos importantes:
1) que cabe ao Estado promover a igualdade, a justiça e a estabilidade;
2) que o equilíbrio fiscal estimulará um crescimento sustentado;
3) que a sociedade rejeita qualquer aumento de impostos;
4) que as despesas de custeio serão corrigidas;
5) que o “superávit primário" deve reduzir a relação Dívida/PIB;
6) que as instituições são fundamentais para o funcionamento do sistema;
7) que o "mercado" é compatível com a liberdade individual, mas exige ação do Estado;
8) que o mercado será socialmente injusto se não tiver uma política que aumente a igualdade de oportunidade;
9) que o Estado faça apenas aquilo que o setor privado não tenha condições de fazer;
10) que é obrigação do governo dar condições isonômicas de competição;
11) que a execução disso deve ser feita por um Banco Central autônomo.
A incorporação dessas condições num programa de desenvolvimento nacional produzirá a volta do crescimento econômico e dará ao Estado as condições de cumprir o seu papel. O crescimento econômico é uma questão de estado de espírito! Começa por um governo que o entenda e respeite as condições objetivas dentro das quais ele pode realizar-se.

domingo, setembro 03, 2006

PEDÁGIO SELVAGEM

As estradas de São Paulo são boas, e absurdamente caras. Se paga R$ 0,11/km. Na Dutra se paga R$ 0,07/km. A diferença se deve a concessão. Em SP, foi entregue a quem paga mais à concedente. Há contratos que se repassa 30%. Nas Federais a concessão foi feita sem ônus. Levou quem ofereceu o pedágio menor. Isso é importante. Por toda parte que se vai há buracos. É ridiculamente comum ver placas avisando deles. Trata-se de um desastre. Ninguém tem dúvida de que merecemos boas estradas. A visão de que os cidadãos estão dispostos a pagar pedágio para ter boas rodovias, é falsa. Queremos boas estradas, e gratuitas. Afinal, já pagamos IPVA. E há um problema constitucional: o pedágio estabelece uma restrição severa à liberdade. Sem dinheiro, os paulistanos não chegam à praia, nem ao interior. Trata-se de um problema que afeta milhões. As companhias se defendem lembrando que na Europa, nos EUA e no Japão, os pedágios são mais caros. E são, mas a renda lá é muito maior. E lá, as empresas constroem estradas e cobram para que se trafegue nelas. O retorno do investimento demora. Aqui, as concessionárias receberam estradas prontas, que têm de ser mantidas. Mesmo que o pedágio seja mais barato, a margem ainda é excelente. É um boníssimo negócio. Essas questões voltam no momento em que o Governo Federal vai leiloar 3 mil km. Somados aos 11 mil km já pedagiados, o Brasil vai ter mais de 7% de sua malha viária pedagiada. É mais que nos EUA. E não é apenas um problema quantitativo. A qualidade das concessões tem de ser discutida. Desta vez decidiu-se cobrar ônus de concessão. É duro acreditar que sejamos servidos. Washington Luiz disse em 1920 que governar era abrir estradas. Hoje, decidiu-se cobrar por elas.

sábado, setembro 02, 2006

Para ler e comparar

Vale a pena ler e comparar as entrevistas do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e do presidente do PT, Ricardo Berzoini, publicadas hoje pela FSP. Os títulos são "Tasso diz que tucanos mostrarão farsa, corrupção e arrogância do governo Lula" e "PSDB começou relação de financiamento de campanha com Valério, diz Berzoini".

sexta-feira, setembro 01, 2006

OLHA SÓ II

Ostracismo

Mera coincidência, claro, mas foi só o ex-presidente FHC, o que vendeu até o subsolo pátrio na bacia das almas do pobre Fausto, falar que é preciso “botar fogo no palheiro”, que a turma do PCC obedeceu. Os ataques, que na real da guerra nunca cessaram mas sempre foram escondidos,voltaram, óbvio. E assim será enquanto o xerife de Alckmin, o doutor Saulo de Castro, acreditar que a repressão máxima vai domar bandidos. Santa ignorância.
Porra, desculpem-me pelo palavrão, mas não tem outro jeito e nem sou de substituir palavra feia por pontinhos, o que esses caras da Segurança Pública de São Paulo estão querendo? Ontem mesmo, pesquisa Ibope/Estadão revelou que 35% dos habitantes da cidade já foram assaltados. E eles, depois de 12 anos de governo, continuam orgulhosos dos seus feitos.
Fora vagabundos, fora!