quinta-feira, agosto 17, 2006

O Brasil está pronto para crescer

O Brasil tem todas as condições para começar a crescer a taxas de mais de 5% ao ano. Já resolveu sua situação externa, tanto em termos de equação da dívida como da balança de pagamentos e, do ponto de vista cambial, o quadro é confortável e seguro. Ainda tem que resolver a questão da dívida pública interna, que vem gradativamente melhorando de qualidade, ou seja, seus prazos vêm sendo alongados. Já há condições de reduzir os juros, pois não é mais necessário ganhar com a inflação, que está controlada. A meu ver, o governo que começará em 2007 navegará em condições muito diferentes, e extremamente vantajosas, em relação ao governo que iniciou em 2003. Como considero que o investimento público é fundamental para estimular o investimento privado, vejo alguns pontos de estrangulamento que exigem atenção. Se a Petrobras e a Infraero cumpriram bem seu papel de investir em suas respectivas áreas, o da Eletrobrás tem que ser revisto. É bom lembrar que a contribuição das estatais para o superávit primário foi reduzida no governo Lula. No período de 1999 a 2002, elas responderam por 27% dos R$ 127 bilhões de economia dos recursos federais destinada a pagar rentistas, segundo dados do BC. De 2003 a 2006, a fatia das estatais no superávit primário deverá cair para 18% de um total de R$ 270 bilhões. A opção do governo de sacrificar os ministérios, que amargaram pesados contigenciamentos, em favor de mais oxigênio para as estatais, foi uma estratégia acertada. Mas fica uma ressalva: o governo errou a dose de asfixia com o Ministério dos Transportes, que teve um volume de investimentos extremamente baixo, com graves conseqüências para a malha rodoviária.

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