terça-feira, agosto 24, 2010

Uma nova derrota

A se confirmarem as previsões dos institutos de pesquisa apontando a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno, não serão apenas o candidato Zé Serra e sua aliança os grandes derrotados. Perdem também, mais uma vez, os barões da grande mídia brasileira. Foram-se os tempos em que eles faziam ou derrubavam presidentes e se julgavam os verdadeiros donos do poder, os únicos proprietários da verdade. Desde a eleição de Lula, não fizeram outra coisa a não ser mostrar em suas capas e manchetes um país desgovernado, sempre à beira do abismo. Em cada estatística divulgada, procuravam destacar sempre o lado negativo, sem se dar conta de que a vida dos brasileiros estava melhorando, e os cidadãos percebiam isso. Fechados em seus gabinetes e certezas, longe do país real, imaginavam que desta forma ajudariam a eleger o candidato da oposição. Fizeram a sua parte, é verdade, anunciando uma crise atrás da outra, batendo no governo dia sim e no outro também, mas não deu certo. Em reunião da ANJ, sua presidente, Judith Brito, chegou a dizer que, na falta de uma oposição partidária, era preciso a imprensa assumir este papel, como de fato fez. Os líderes demotucanos acharam que isto seria suficiente para derrotar Lula. Até a última semana, antes da divulgação das novas pesquisas, o noticiário ainda alimentava o discurso da oposição numa operação casada contra Lula e Dilma. Como a vaca tucana caminhou inexoravelmente para o brejo, num lance desesperado para tentar virar o jogo, Zé Serra procurou associar sua imagem à de Lula. Aí foi a vez dos seus aliados na mídia darem um basta e jogarem a toalha. Quem sabe agora tenham a humildade e o bom senso de reconhecer que acabou a época dos formadores de opinião abrigados na grande imprensa, que perde circulação e audiência a cada dia. Novos meios e novos agentes multiplicaram-se pelo país, democratizando a informação e a opinião. Ninguém mais precisa dizer o que devemos pensar, como devemos votar, o que é melhor para nós. A liberdade de imprensa e de expressão não tem mais meia dúzia de donos. É um direito conquistado por todos nós. 

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