terça-feira, dezembro 13, 2011

Às Novas Gerações

Nas ultimas décadas, colecionamos memórias muito ricas. Vivemos e assistimos à extinção de países inteiros, o fim do comunismo e o fortalecimento da democracia em grande parte do mundo. Vimos e vivemos um enorme ciclo de prosperidade e, mais tarde, a maior crise econômica global desde o Crash de 1929. Viver, entretanto, gera impactos. A vida de cada um de nós deixa rastros na memória e na vida dos outros. São as nossas pegadas. É o nosso legado. É impossível saber com antecedência como se lembrarão de nós. Dependerá de qual impacto teremos tido nas gerações futuras. Hoje, este impacto parece ser enorme. E o balanço nada positivo. Parece que ficamos mais individualistas, mais cínicos, menos preocupados com as próximas gerações. Olhando exclusivamente com os olhos de hoje, estamos deixando para as futuras gerações uma terra cujos recursos beiram a exaustão. Um mundo onde o sucesso é ainda definido exclusivamente pela capacidade de consumo. Nunca a humanidade teve tantas possibilidades de provocar sua própria extinção. Nunca, por outro lado, teve tantas oportunidades de se reinventar. Vivemos a era da repactuação, na qual se renegocia nosso contrato com o planeta e com os seres que o habitam. Nunca tivemos, individual ou coletivamente, tanto impacto potencial no nosso futuro e no futuro de nossa espécie. Corremos o risco de extinção, mas temos a oportunidade de renascer. Talvez as gerações futuras olhem para a época em que vivemos agora e tenham uma visão positiva do nosso legado. Talvez olhem para trás e reconheçam um período em que a humanidade construiu um mundo melhor, e, com isso, progrediu. Talvez a humanidade consiga não somente preservar as conquistas das últimas décadas, mas também, promover as mudanças necessárias para a sobrevivência das gerações futuras. Para isso, a humanidade precisa lutar. Porque lutar, é um privilégio.

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