quinta-feira, maio 10, 2012

A Cachoeira de Abril


A CPI da Veja. O assunto é sério. Gravíssimo. E é hora de todo cidadão honesto ficar alerta. Os barões da mídia se uniram para que uma CPI não passe a limpo as relações criminosas do bicheiro Cachoeira e parte da chamada grande imprensa brasileira, principalmente a revista Veja. O País não pode perder essa oportunidade de desmascarar aqueles que toda semana tentam mostrar nas bancas que são os reis da honestidade. Falam de ética, mas agem como traficantes da informação. Investigações da Polícia Federal já revelaram que a Veja, da família Civita, agiu como porta-voz do bicheiro, preso desde o final de fevereiro, e manteve com ele uma clara troca de favores. A relação fere, no mínimo, qualquer princípio do bom jornalismo. Evidências mostram que a Veja se submeteu aos interesses do crime organizado, jogou a favor de um determinado grupo político por interesses desconhecidos e usou informações obtidas de forma ilegal para atacar seus inimigos. O diretor de jornalismo da Veja virou confidente, amigo íntimo, do bicheiro Cachoeira e de sua turma envolvidos com ações criminosas, como provam as centenas de ligações grampeadas com autorização judicial. Eles escolhiam até em qual parte da revista a informação "denunciada" seria publicada. Quando as denúncias contra o senador Demóstenes Torres e seus negócios com o bicheiro Cachoeira ameaçavam trazer à tona toda sujeira, a revista dos Civita preferiu dedicar uma capa ao Santo Sudário. Bem diferente da cobertura dedicada ao Mensalão, que mereceu 27 capas desde maio de 2005. Repito: 27. Globo e Folha fazem barricada para proteger Veja. É de dar calafrios quando essa turma se une. Onde estão as reportagens no Jornal Nacional citando a revista e a editora abertamente? Onde se escondeu o jornalismo "plural e independente" da Folha? Querem proteger os que praticam um crime. A Veja tenta intimidar os parlamentares que investigam as ligações de Cachoeira com a revista. “Vou explodir”, ameaça Cachoeira da prisão, de acordo com a Veja. Em entrevista a revista, Andressa Mendonça, mulher do contraventor, diz que o marido pode revelar tudo o que sabe. E agora, Veja? O mais importante agora é ver a coragem dos parlamentares para levar de fato Roberto Civita, o dono, a sentar-se em uma das cadeiras da CPI e encarar as perguntas daqueles que estão lá como representantes do povo. O mesmo povo que a Veja tenta enganar todos os fins de semana.

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