quinta-feira, maio 24, 2012

A nova revolução industrial


A sociedade está entrando na terceira fase da revolução industrial. Isto vai, mais uma vez, modificar a maneira pela qual a produção é concebida. No final do século XVIII, com a mudança no modo de produção capitalista, a produção doméstica nas casas de campo da Inglaterra, foi sugada para as primeiras fábricas de tecidos. Mão de obra e maquinaria se juntaram em grandes galpões, a produção aumentou e as cidades incharam rápida e dolorosamente. Esse processo deu novo salto qualitativo com o advento da sociedade de massa, já no início do Século XX. O símbolo dessa fase foi a produção do carro da Ford, modelo T, em uma linha de produção, onde o chassis entrava em uma ponta e o carro saia pronto na outra. O consumidor podia escolher a cor que quisesse, desde que fosse preta. Uma avalanche de produtos. Estas duas etapas deixaram as populações urbanizadas, mais ricas, competitivas, consumista, mas não as fez mais feliz. Agora o capitalismo do século XXI prepara no seu bojo mais um salto qualitativo em direção a uma terceira revolução industrial. Suas evidências são a convergência de tecnologia, softwares cada vez mais ágeis, novos materiais , robôs mais completos, a comunicação via internet e novos processos produtivos. A fábrica do passado era capaz de produzir um mar de produtos semelhantes, massificados, com as mesmas características e o consumidor se sentia atendido. Muita gente queria os produtos eletrônicos de baixo preço. A oficina do futuro, vai ser muito mais parecida com a velha produção doméstica inglesa, do que com as grandes fábricas de Detroit. O futuro aponta para a produção customizada, com um consumidor diferenciado, segmentado de acordo com suas posses, visão de mundo, necessidades específicas, crenças e desejos. Vai ocorrer um fracionamento na produção e por isso grandes fábricas não vão se adaptar a essa nova configuração do sistema industrial. Enfim, a fabrica como conhecemos hoje vai acabar. A produção não. Com as novas tecnologias e montagem de produtos, já é possível produzir em uma vila do interior da África ou na sua garagem. O sistema de suply chain também vai mudar. Os novos materiais serão muito mais duráveis e cada vez mais a fibra de carbono vai substituir o aço e o alumínio. Nanotecnologia, engenharia genética, e outros avanços moldam a terceira revolução industrial. Isto quer dizer que os empregos não estarão nas fábrica. Vai haver um refluxo e os produtos não vão mais ser fabricados necessariamente na China. Haverá uma tênue separação entre serviço e produção. Há uma volta à produção local, porém dentro de novos parâmetros. O processo histórico está novamente se acelerando, o que sinaliza que vivemos em uma fase de transição de uma organização econômica para outra. Os novos condicionantes estão sendo desenvolvidos, cabe a cada um de nós entendê-los para não ser atropelado no futuro.

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