quinta-feira, maio 03, 2012

Provocador



Guardar ressentimento é tomar veneno e esperar que outra pessoa morra. A frase, de Shakespeare, parece ter se tornado o lema da elite brasileira contra a chamada classe ascendente. Puro rancor. Já se tornou um clássico dizer que os aeroportos se tornaram rodoviárias depois que o povão passou a ter acesso, para logo em seguida ser responsabilizado pelo caos aéreo que há décadas vinha sendo engendrado na incompetência de um Estado feito apenas para os 10% mais ricos. A burguesia tupiniquim não gostou de ter te dividir o espaço de suas bagagens com os antigos empregados. Mas como não tem muitos argumentos, fica na dependência de que algum reacionário de plantão venha esculachar o “churrasco na laje”. É assim que falam os colunistas da Folha e profetas do apocalipse. Sem nenhuma originalidade, repetem essa ladainha carcomida pela inveja. Puro despeito, travestido de sociologia de botequim. Os colonizadores escravocratas, ainda têm a petulância de dar conselhos civilizatórios para o povaréu. Alertam sobre o risco do excesso de bagagem. Os esnobes sempre foram fazer compras em Miami. Era chique. Agora que chegou a vez do pessoal da “laje”, não pode mais, é feio. As malas dos pobres redimidos incomodam muito o refinado reacionário. Quer saber? Como diria um aristocrata de verdade: por que no te callas?

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