segunda-feira, novembro 27, 2006

Seqüências Parisienses

O Partido Socialista ratificou, numa convenção em Paris, a candidatura de Ségolène Royal à eleição presidencial de 2007.
Ségolène Royal não é a Hillary Clinton francesa, como disse, uma reportagem do Salon. Ségolène milita no PS há 30 anos e tem um biografia política bastante distinta da carreira de seu companheiro, François Hollande, deputado e principal dirigente socialista. Ela já foi ministra três vezes (ele não foi nenhuma), é deputada desde 1988 e ocupa agora um dos governos regionais franceses, cargo ao qual Hollande nunca foi eleito. Na corrida à candidatura presidencial, ela deu nele de dez a zero. Hillary, ao contrário, cresceu na política à sombra de Bill Clinton. Embora tenha vindo de uma família numerosa, de poucas posses e de uma cidadezinha da Alsácia, Ségolène integrou-se ao establishment parisiense. Diplomada em Sciences Politiques, em Economia e em Direito, ela é – ainda e sobretudo – formada pela Ecole Nationale d’Administration. Puro produto do sistema meritocrático francês – armado pelos concursos que abrem o acesso às Grandes Ecoles – Ségolène seguiu o percurso universitário da elite que tem governado o país desde o fim da Segunda Guerra.
As duas primeiras viagens ao exterior que ela fará, como candidata do PS, serão no Brasil e na África do Sul. Como tudo o que ela vem fazendo é sempre algo muito estudado, o itinerário indica que a amizade com Thabo Mbeki e com Lula traz dividendos para a candidata da esquerda francesa. Indica também que diante da tranqueira em que se entalou a União Européia, a França procura outras alianças no campo internacional.

Um comentário:

Anônimo disse...

Assim como está apresentada, nem dá para ver que esta notícia foi copiada do blog de Luiz Felipe de Alencastro, sequenciasparisienses.blogspot.com

Marcelo