quinta-feira, junho 10, 2010

Boas Notícias

De vez em quando acontece. Ao pegar o jornal, só encontrei boas notícias. Como sou viciado em informação, quando leio coisas boas acontecendo me sinto mais animado, começo a achar todo mundo mais simpático, a vida mais bela. As manchetes destacam que o nosso PIB registrou a maior alta dos últimos 14 anos - crescimento de 9% no primeiro trimestre - e a inflação recua no dia do COPOM. O IPCA de maio recuou 0,14% em relação a abril e foi o menor do anoJuntou a fome com a vontade de comer: economia em alta e inflação em queda é o ciclo virtuoso sonhado desde que os economistas começaram a medir a nossa felicidade em números. É o que, em última instância, determina o aumento no número de empregos e o crescimento da renda do trabalhador. Com isso, ficamos também livres da notícia enguiçada dos tais dossiês de que todo mundo fala e ninguém vê, que desapareceu milagrosamente das páginas. Voltamos à vida real com fatos positivos, antes confinados ao que se escreve sobre o Brasil lá fora. Claro que nem todo mundo vai ficar feliz e sempre acrescente a elas um “mas…”, para prever coisas ruins mais adiante, embora outro dado nos inspire otimismo: houve uma expansão de 26% nos investimentos este ano, a maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 1996Mesmo com o fim da redução do IPI o nível de emprego na indústria automobilística voltou a crescer e assim deve se manter, segundo a Anfavea. O setor bateu novo recorde, com a produção de 1,43 milhões de veículos. Para onde você olha, em todos os setores, tem notícia boa. Na política, é aquele rame-rame de sempre. Diante deste quadro favorável, Fernando Rodrigues, resume assim o momento vivido pelo país: “O cenário da sucessão presidencial deste ano é único desde a volta do país à democracia, em 1985. Há um trinômio nunca visto: economia superaquecida, presidente muito popular e candidata favorita neófita nas urnas”De fato, presidentes em fim de mandato costumam registrar popularidade em queda, o contrário do que acontece com Lula, que registrou aprovação recorde de 76% no Datafolha. Só pode haver uma explicação para isso: exatamente estas boas notícias da economia, que é o que realmente importa para quem vive do seu trabalho e tem contas a pagar. O resto é trololó.

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