quarta-feira, março 02, 2011

Alemanha

A Alemanha é um país que preza a educação acima de tudo, tudo mesmo. Nos pacotes econômicos lançados por Angela Merkel todas as áreas da economia recebem cortes de gastos com frequência, menos a educação. Em muitas ocasiões percebo também que a escola é muito mais importante que família ou lazer na vida das crianças. O mercado é competitivo, os pais querem que as pobres criaturas aprendam inglês desde os 6 meses de idade em creches onde o aprendizado é intensivo. Sendo assim, o que você me diria se soubesse agora que 14% da população alemã é constituída de analfabetos funcionais? E 4% de analfabetos? Logo no país da educação? Sim, são 7,5 milhões de analfabetos funcionais, 60% homens, que não conseguem ler ou escrever mais de uma frase de uma vez. Este é o número que uma pesquisa da Universidade de Hamburgo revelou essa semana. O resultado está na capa de todos os jornais e provocará discussões ao longo dos próximos meses. Porque com educação na Alemanha não se brinca. Ou se brinca? Com suas creches, ensinos fundamental e médio e Universidades gratuitos e de qualidade, totalizando um sistema educacional eficiente e democrático, fica difícil entender um negócio desses. O analfabetismo funcional se caracteriza pela incapacidade de ler um texto fácil ou escrever mais de uma frase com coesão. Mas existe um outro nome mais chique e menos pejorativo para caracterizar o analfabetismo funcional pelas terras evoluídas do velho mundo. Se chama iletrismo, e se diferencia do analfabetismo justamente porque os “iletrados” já foram à escola, até conseguiram terminar o ensino fundamental, mas se perderam no meio do caminho por causa de variáveis familiares, sociais e escolares. Na Suíça são 800 mil analfabetos funcionais, opa, iletrados, em uma população de quase 8 milhões de habitantes. O alemão, a língua da ciência, da filosofia e do conhecimento se perde aos poucos porque a população escreve cada vez pior e lê cada vez menos. A Ministra da Educação, Annette Schavan, agora planeja investir 20 milhões de Euros em um programa de alfabetização no mercado de trabalho e na aplicação de testes de alemão em empresas e instituições, coisas que antes só constava no currículo de imigrantes.

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