quarta-feira, março 30, 2011

VALE

Com a saída da presidência da Vale, Roger Agnelli terá uma perda substancial em seus rendimentos. Além de dois aviões Citation, um deles comprado recentemente, e de um helicóptero, o executivo deixará de receber R$ 16 milhões por ano, valor que compreende salários e bônus pagos pela mineradora. Os outros oito principais executivos que compõem a diretoria da Vale ganham cerca de R$ 78 milhões por ano. A sucessão de Agnelli será tratada em reunião do Conselho de Administração da Vale. Tito Botelho Martins, presidente da Inco, subsidiária da Vale no Canadá, vai substituir Agnelli. Ações atribuídas à Vale no setor de ferrovias irritaram o Governo Federal, que decidiu endurecer o jogo, acusando a Vale de atrasar o desenvolvimento do transporte de carga no país. A empresa tem a concessão de 11 mil quilômetros da malha ferroviária do país, que é de 28 mil quilômetros, controlando os trechos que levam aos principais portos. Quase toda a malha do país é controlada por três grupos: Vale, CSN e ALL. Para o governo, os dois primeiros, que têm 55% da malha, usam as linhas para beneficiar seus próprios negócios em mineração e siderurgia: cobram caro pelo frete e criam dificuldades para o uso das linhas. A Vale é a segunda maior mineradora do mundo e a maior empresa privada do Brasil. É a maior produtora de minério de ferro do mundo e a segunda maior de níquel. A antiga estatal, criada no governo Getúlio Vargas, é hoje uma empresa de capital aberto Seu valor de mercado é estimado em 200 bilhões de dólares, perdendo no Brasil apenas para a Petrobras (290 bilhões) e se tornando a 12° maior empresa do mundo. Se considerarmos as ações da Previ e do BNDES como de influência do governo federal, este influencia, cerca de 41% do capital votante. A Vale faturou 85 bilhões em 2010, tendo um lucro de R$ 30 bilhões e foi privatizada em 1997 por 3 bilhões de dólares.

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