terça-feira, março 01, 2011

Democracia Facebuquiana

Nesse momento, muitos lugares são palcos de revoltas populares, potencializadas pelas redes sociais. As comunidades rebeldes não estão organizadas em torno de grandes líderes, de bandeiras ideológicas ou religiosas. Parece que o pessoal quer mesmo emprego, dinheiro no bolso e sinal de Wi Fi estável. Fosse eu, no lugar dessas juntas militares que estão assumindo o lugar dos ditadores, prestaria muita atenção nos desejos do povo. Eu trataria logo de bajular as populações, instituindo o que chamaria de democracia facebuquiana. Na democracia facebuquiana, todos seriam obrigados a aceitar como amigo todo e qualquer cidadão de seu país. Nem aquele cunhado que lhe deve dinheiro poderia ser ignorado. De tal forma que qualquer indivíduo poderia propor uma nova lei ou emenda. As votações seriam simples, no esquema curtir ou deixar de curtir. As que tivessem mais curtir obviamente seriam aprovadas. Como primeira consequência favorável, o Poder Legislativo poderia ser extinto. E como efeito colateral indesejado, seria o fim da divertida TV Senado. A população trabalharia só um turno, para que no outro pudesse participar das votações e da vida alheia, algo que já acontece em muitas empresas. O Ministro da Agricultura seria escolhido pelos seu talentos apresentados no Farmville e o da Segurança no Mafia Awards. As demais pastas seguiriam com os habituais incompetentes. Não se pode mudar tudo de uma vez só. Quem marcasse uma foto ou imagem com mais de 15 nomes seria sumariamente preso, sem direito a fiança. Por incrível que pareça, o grande obstáculo para implementar essa ideia seriam os aniversários. Pois cada cidadão precisaria de um mês de férias para responder a todos os cumprimentos. O que resultaria num impacto negativo da economia. Mas esse é o preço a se pagar pela maior participação popular.

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