terça-feira, maio 31, 2011

Vitória Brasileira

Tive uma imensa satisfação lendo uma matéria do EstadãoO “economista que não complicaPaulo Nogueira Batista Júnior, depois de anos, conseguiu ver o FMI, no qual é representante do Brasil e de mais oito países, aceitar e chancelar aquilo que, pouco tempo atrás, era ali uma heresia: a necessidade do controle nacional sobre os fluxos de capitaisO Dr. Nogueira Batista sabe, porém, que mais que sua obstinada luta, foi a realidade que impôs esta aceitação. Tornou-se evidente que as economias em desenvolvimento não podem aceitar, nem sobreviver, a capitais flutuantes da ordem de centenas de bilhões de dólares se deslocando, sem controle, como aves migratórias, à procura de onde haja alimento para seus apetites, como se sabe bem vorazes. O controle de capital não é uma proibição de entrar, mas uma “cerimônia a casa dos outros”. Como uma visita que não ajuda na cozinha e, depois de se fartar, não ajuda com a louça suja. Como um cidadão, que tem que declarar quanto traz e quanto leva e, dependendo disso, deve pagar o imposto correspondente, também o capital não pode entrar e sair sem dizer a que vem e pagar por sua estadia. A história, inclusive a econômica, é feita por forças e vontades maiores que a de um simples ser humano. Mas os que nela, com sua capacidade e sua perseverança, agem sobre ela são aqueles que, disse um dia Brecht, são os insubstituíveis. Nogueira Batista, a quem a Folha dispensou ano passado como articulista, venceu num fórum muito maior que o dos “sabidos da Barão de Limeira”.

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