sexta-feira, outubro 28, 2011

As Assombrações


No Valor Econômico, Larry Summers, ex-secretário do Tesouro americano, diz que “o Brasil é um país com potencial de crescimento assombroso, que não lembra de modo nenhum o país que há pouco mais de uma década enfrentava sérias dificuldades financeiras”.
“Summers lembrou que, em 1999, quando negociava com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seus “bons amigos” Pedro Malan e Armínio Fraga para ajudar o Brasil a sair de uma crise, seria inimaginável pensar que, 12 anos depois, o Brasil conseguiria acessar o mercado internacional em condições melhores não apenas que Grécia, Portugal, Espanha e Bélgica, mas também França”.
Não era inimaginável, apenas não se queria imaginar isso. O Brasil, na cabeça de  seus “bons amigos” era aquela coisinha miúda, que botava uma roupinha imitando as da corte e entrava ali, limpando os pé e se portando direitinho, para os moço tratá nóis bem. Mas na reportagem,  Mr. Summers  diz  que o Brasil não tem sido “imune” ao nacionalismo econômico, criticando medidas que privilegiam empresas e produtores nacionais em detrimento dos estrangeiros. Segundo ele, é algo “tentador” no curto prazo, mas que no longo prazo não tem efeito positivo. Mr. Summers, o senhor, que gostava tanto de citar a frase de Lord Keynes – quando mudam as circunstâncias, eu mudo de opinião – , não está vendo que as economias que não se protegem ficam estagnadas e vão para o brejo a cada solavanco que vocês arranjam lá, nas obsoletas locomotivas da economia mundial? Não vê que seu país está em crise, torcendo para que a economia chinesa venha salvar o emprego nos EUA? O Brasil sempre foi o que era porque seus governantes sempre foram "bons amigos".

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