sexta-feira, outubro 20, 2006

ABRIL

"As empresas não têm ideologia, têm negócios"
A definição acima, pinçada dos estudos sobre cultura de massa dos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer, pode estar na origem da ira da Editora Abril e sua revista Veja, contra o PT e Lula. A artilharia da revista para a dinamitação do segundo mandato de Lula teve início na edição de 25 de maio de 2005. Nesse período, aponta o Valor, na reportagem "Editoras menores vendem mais ao governo federal", já se preparava no MEC a portaria 2.963. Assinada pelo ministro Fernando Haddad, a portaria 2.963, "dispõe sobre as normas de conduta para o processo de execução dos Programas do Livro". Ela proibe a distribuição de brindes e vantagens, entre outros recursos de marketing que pudessem induzir à escolha dos livros. "As regras para a divugação de livros ditáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte", diz o Jornal. O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, por meio do PNLD vai comprar 102 milhões de exemplares. A mudança nas regras de divulgação não foi nada boa para a Abril. Ao Valor, o diretor da Abril, João Arinos dos Santos, diz: "Reconhecemos que pode ter havido excessos na divulgação". O descontentamento de Santos mora na queda do faturamento da Abril. Em 2004, a Abril ocupava o primeiro lugar entre as maiores fornecedoras, totalizando contratos de R$ 130 milhões. Com o fim dos "excessos na divulgação", perdeu 30% do mercado - vai faturar R$ 85 milhões.

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