Começou a ir para o espaço a teoria preconceituosa de que Lula deverá sua reeleição ao Brasil mais pobre, menos instruído e dependente dos programas sociais. A mais recente pesquisa Datafolha, que deu Lula 20 pontos à frente de Alckmin, prova que a teoria carece de fundamento. É fato que entre os eleitores com renda até dois salários mínimos Lula ampliou sua vantagem. Quase metade do eleitorado está nessa faixa de renda. Mas Lula cresceu entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos. E cresceu também entre os que ganham de cinco a dez salários mínimos. Nessa última, perdia por 51% a 41%. Agora vence por 49% a 45%. Alckmin ainda lidera entre os eleitores com renda superior a 10 salários mínimos - mas sua vantagem desabou. Há uma semana, Lula e Alckmim empatavam entre os eleitores do Sudeste. Lula cresceu para 52% e Alckmin ficou com 41%. No Sul, diminuiu a vantagem de Alckmin. No Nordeste, Lula esmaga Alckmin por 71% a 24%. Entre os eleitores com até o ensino fundamental (metade dos eleitores), Lula cresceu e alcançou 63% dos votos. Até aqui, Lula já conquistou mais do que todo o eleitorado que votou em Heloísa Helena e Cristovam Buarque. E para se reeleger, bastava que um terço dos eleitores de Helô se abstivesse. Alckmin acabou bem o primeiro turno e vai mal no segundo. O Dossiê Serra e a ausência ao debate da Globo impediram Lula de se reeleger por pouco. A identificação de Alckmin com o governo de FHC deteve o crescimento tucano e fez Lula disparar nas pesquisas.
Essa eleição já era.
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