terça-feira, novembro 08, 2011

Estagnamos???

Os dados do IBGE mostram que produção industrial está estagnada, como vemos marcado em vermelho no gráfico abaixo que mostra a taxa anual de crescimento trimestral:
Já estávamos desacelerando em 2010, porém vindo de níveis elevadíssimos. Ensaiamos uma estabilização no início do ano. Porém de março para cá a coisa veio caindo e a taxa de crescimento anual está ao redor de zero há alguns meses. O gráfico abaixo mostra a tendência da produção industrial e indica que estamos indo para baixo da tendência  que temos mantido desde 2004:
Na margem a produção está caindo como vemos acima. Nada dramático como o ocorrido em 2008 e 2009, porém uma queda suficientemente grande e rápida para preocupar o governo e garantir que os juros continuarão caindo.

Do vício à virtude

Uma das origens admitidas da palavra hipocrisia era a prática dos atores na Grécia de representarem um papel atrás de uma máscara. A definição descreve perfeitamente o papel desempenhado por Fernando Henrique Cardoso, no artigo que publica nos jornais. Ele diz que “agora, os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obterem recursos que permitam sua expansão, atraindo militantes e apoios com as benesses que extraem do Estado”. “É sob essa condição que dão votos ao governo no Congresso. O que era episódico se tornou um “sistema”, o que era desvio individual de conduta se tornou prática aceita para garantir a “governabilidade”. Bem, não foge o senhor Fernando Henrique da comuníssima tendência humana de julgar os fatos e pessoas segundo suas próprias experiências e natureza íntima. FHC, que chegou ao Planalto embalado no “critério Ricupero” de transparência republicana – “o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde” – teve uma trajetória no poder onde não faltaram experiências nas quais os “desvios de conduta” foram elemento essencial “para garantir a governabilidade”. Do ponto de vista da moralidade pública, o marco inicial do Governo FHC já se deu menos de três semanas após sua posse, quando, no dia 19 de janeiro, baixou decreto extinguindo a Comissão Especial de Investigação criada pouco mais de um ano antes por Itamar Franco, na esteira das repercussões das denúncias – aliás, falsas – contra o então ministro da Casa Civil Henrique Heargraves. FHC só em 2001, e sob a ameaça de criação de uma CPI da Corrupção, criaria, em seu lugar, a Corregedoria Geral da Uniãoentão um apenso do seu gabinete, que só ganharia o status de ministério por ato de Lula, no seu primeiro dia de mandato. Como os leitores deste blog não têm tempo a desperdiçar e possuem boa memória, basta listar: Sivam, BC-Cacciola- Francisco Lopes, compra de votos para a reeleição, os precatórios do DNER, os “grampos” da privatização da Vale (“limite da responsabilidade”), os telefonemas entre Eduardo Jorge e o juiz Nicolau “Lalau”, as irregularidades com o seu filho no caso do pavilhão brasileiro da festa dos 500 anos do descobrimento, em Hannover… Chega, né, porque não se deve passar o tempo remoendo estas coisas… Aliás, FHC deveria se lembrar que o então presidente de seu partido, Teotônio Vilela Filho, presidia uma ONG envolvida no  desvio de verbas do FATNo seu artigo, FHC diz que “os dossiês da mídia devem estar repletos de denúncias”. Sempre estão e tudo deve ser apurado. Coisa que ele não fez e agora se faz.  Basta ver quem eram e como agiam o Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro, e o Advogado Geral da União, Gilmar Mendes. Mas, como dizia o Conde de La  Rochefoucauld, o comportamento hipócrita quase sempre é o tributo que o vício rende à virtude.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Incômodo silêncio

Só a Folha mantém em sua pauta e dá algumas matérias sobre a venda de emendas por parlamentares paulistas, uma prática, segundo o deputado Roquinho seguida por pelo menos 30% dos 94 deputados estaduais. Nos demais veículos, silêncio absoluto na mídia nacional sobre o tema, tanto em relação à denúncia, quanto ao sepultamento abrupto das investigações pela Assembléia Legislativa de São Paulo. A questão foi e continua ignorada, também, pelas TVs, particularmente a Rede Globo. Primaram pela falta de cobrança. O esquema é indecente, um verdadeiro balcão de negócios de venda de emendas. Mas, para a mídia, não há responsáveis. Para elas não há partidos, nem governos, nem líderes envolvidos ou responsáveis por esse escândalo. Nada disso, é citado no noticiário. Pela cobertura, é como se o esquema vergonhoso de distribuição de emendas tivesse caído do céu. Ninguém vai atrás e nem entrevista as pessoas, instituições e entidades envolvidas. O deputado Major Olímpio, um dos denunciantes, tornou pública a disposição de depor de Teresa Barbosa, dirigente de uma ONG paulistana, testemunha do esquema.  Ninguém foi procurá-la, nem ouvi-la. Mais estranho, ainda, é não aparecerem denúncias e nem denunciantes envolvidos na distribuição das emendas, na contratação das empresas, nas comissões pagas. Não há, sequer investigações sobre as obras e serviços financiados pelas emendas em transações com empreiteiras, prefeituras e ONGs. Apesar de já se saber muitos nomes de gente envolvida, alguns confirmados até pelos denunciantes.  Por pura conveniência e para ajudar os tucanos esqueceram-se até da confissão do deputado Bruno Covas. Ele disse ter recebido uma oferta de propina, orientando o autor a doá-la a uma Santa Casa e não tomou nenhuma outra providência. Quer dizer, a mídia age de forma totalmente contrária ao que faz quando surge alguma denúncia, por mais vazia e inepta que seja, em nível nacional. No escândalo paulista da venda de emendas  nada. Nem o partido, nem os autores, os comerciantes do balcão de negócios são citados. Temos aí, mais um caso típico do jornalismo político e partidário que se pratica no Brasil. Sem falar no Ministério Público (SP), que instalou uma apuração que não anda.

quinta-feira, novembro 03, 2011

A + Preparada

Qualquer pessoa com um mínimo de equilíbrio há de reconhecer que, entre erros e acertos, a gestão de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo teve mais acertos. Os CEUs são um marco histórico na cidade. Não necessariamente como escola, mas como um projeto para criar centros saudáveis na periferia. Tanto assim que continuaram o projeto. O Bilhete Único forçou uma política de barateamento dos transportes que, depois, se estendeu ao metrô. Foi uma gestão que acertadamente investiu em corredores de ônibusEla viu que a gestão da cidade de São Paulo só faz sentido se for integrada com a região metropolitana, criando um eixo de governabilidade. Também sabia que a cidade deveria fazer parte de um projeto global, no qual pudesse atrair empresas e fortalecer uma vocação. O que mais criticam nela - as taxas - podem até ter sido mal geridas, mas faziam parte de um esforço de assegurar as contas de uma administração destruída pela dobradinha Maluf/Pitta. Isso garantiu uma situação menos trágica para seus sucessores. Mas, o maior problema de Marta é a própria Marta. Apesar de psicóloga, ela tem baixo quociente de inteligência emocional. Isso dificultou que soubesse trabalhar em equipe e adquirir mais apoio para suas políticas públicas. Até faz sentido a aposta de Lula de que Marta Suplicy, apesar de estar bem nas pesquisas, teria dificuldade de vencer por causa de sua rejeição. Daí sua aposta em Fernando Haddad. Mas a verdade, gostem ou não de Marta, é que ela, entre todos os pré-candidatos é a mais preparada administrativamente. Pode até não ser muita coisa, mas esse é o fato.

terça-feira, novembro 01, 2011

Tijolaço

A educadora Paula Bouzan, doutora em Políticas Educacionais pela Universidade de Harvard e pesquisadora da Fundação Lemann, deu nesta segunda-feira uma entrevista à CBN, que foi extremamente didática e séria sobre os problemas que ocorreram com o EnemPaula aponta o interesse das escolas privadas em usarem seu ranqueamento no Enem como elemento de marketing como um dos principais problemas de segurança do exame. Ela explica a grandeza do exame, o maior realizado simultaneamente em todo o mundo, sua seriedade metodológica e as vantagens que tem, sobretudo para os estudantes de mais baixa renda, sobre o vestibular. Confesso que só depois de sua entrevista fui entender, com mais exatidão, o que está em jogo nesta prova. Recomendo a todas as pessoas preocupadas com a educação que a escutem. E que cobrem dos jornais que dêem atenção ao fato de que uma instituição que, dez dias antes do Enem distribuiu a seus alunos questões idênticas às de um pré-teste aplicado no ano passado, com compromisso de confidencialidade, como fez o Colégio Christus, de Fortaleza…

sexta-feira, outubro 28, 2011

Partidos influenciam adesão à democracia

Ao contrário do que afirmam boa parte dos autores da literatura especializada, e muitos dos nossos analistas políticos - eu diria que, neste último caso, quase a maioria -, de que os partidos são desimportantes na vida institucional do país, eles são importantes e influenciam, sim, atitudes e comportamentos políticos nacionais. E influenciam, ainda com maior intensidade, a decisão de voto dos eleitores. A conclusão é de estudo do cientista político Yan Carreirão, professor da UFSC, com a qual concordo integralmente. Carreirão expôs seu trabalho no 35º encontro anual da ANPOCS. Suas teses mereceram uma bela reportagem do jornalista Uirá Machado, na Folha UOL. Nesse trabalho, que vai na contramão da "intelligentsia" acadêmica nacional, o professor constata que a identificação do eleitor com o PT e o PSDB teve influência significativa no voto do eleitorado nacional nas eleições do ano passado. Mostra, por exemplo, que naquele pleito um eleitor não tucano tinha 90% mais de chance de votar na presidenta Dilma Rousseff, do que no candidato do PSDB e da oposição, José Serra. O trabalho acadêmico mostra, ainda, que atitudes políticas, como adesão à democracia ou aceitação da repressão, também são influenciadas pelos partidos, ainda que em menor intensidade do que no caso do voto. Nesse ponto Carreirão concluiu que os eleitores que manifestaram preferência pelo PT no ano passado mostraram maior tendência a apoiar a democracia do que aqueles identificados com o PSDB. Ao mesmo tempo, os tucanos tiveram maior tendência a aceitar medidas repressivas do que os petistas. Carreirão fez o seu trabalho com base no Estudo Eleitoral Brasileiro que, em 2010, mostrava que 32% dos brasileiros, em termos de identificação partidária preferiam o PT, contra 9% que preferiam o PSDB.

Desembolsos diminuem


O gráfico mostra a taxa de crescimento do volume de empréstimos desembolsados pelo BNDES ano a ano desde 2006. A taxa de crescimento dos desembolsos do BNDES, que em 2006 foi de 10% aa, foi acelerando até 2009 quando cresceu 50%Em 2010 houve uma desaceleração no volume de desembolsos, que ainda cresceram 23%Porém em 2011 até julho, temos uma queda de 5% no volume de empréstimos desembolsados. Acredito que o governo percebeu que o crescimento da carteira do banco era insustentável e portanto decidiu reduzir o volume de desembolsos. Além disto é possível que os empresários tenham percebido o desaquecimento da economia e decidiram assim adiar alguns de seus investimentos. Seja qual for o motivo, tal queda no impulso creditício do BNDES foi bastante expressiva, como vemos no gráfico abaixo que mostra a variação anual acumulada dos desembolsos,  como % do PIB:
Vemos que o crescimento dos desembolsos veio crescendo até 2009, saindo de zero até 1,3% do PIB!!! Se todo este dinheiro foi gasto nos 12 meses subsequentes em investimentos produtivos, podemos dizer que o crescimento dos desembolsos de 2009 pode ter gerado uma contribuição de mais de 1% no crescimento do PIB em 2010! Se tal raciocínio estiver correto, explica-se aí um pouco da queda da produção industrial em 2011, decorrente da redução do impulso do BNDES de 1,3% para 0,3% em 2010. Se extrapolarmos esta hipótese, podemos prever quedas mais fortes na atividade nos próximos meses, uma vez que o impulso caiu de + 0,3% em 2010 para -0,5% do PIB nesse ano!!! Como não podemos depender do BNDES para financiar nossos investimentos de forma crescente, é preciso que o setor financeiro privado assuma este papel, preferencialmente através do uso dos mercados de capitais. Entende-se aí o forte desejo da Presidenta em derrubar as taxas reais de juros, o que , se ela tiver sucesso,  pode motivar uma mudança na alocação da poupança privada, que hoje está fortemente investida no curto prazo, para investimentos de longo prazo. Contudo, trata-se de uma experiência de risco, pois na medida em que não geramos  poupança interna suficiente para financiar nossos investimentos, tal redução dos juros  acompanhada de uma desvalorização do Real pode tirar a inflação da meta, o que aumentaria o risco macro-econômico,  reduzindo assim os investimentos privados. Para que isto não ocorra é preciso aumentar a formação de poupança no país. Um ajuste fiscal forte poderia ajudar neste sentido. Vamos torcer para que esta tentativa funcione.

Toda Mídia


A Time sai com a manchete "Hillary Clinton e a ascensão do poder inteligente", expressão usada para descrever a política externa americana hoje, quando os EUA não detêm o poder sozinhos. Já a Economist sai com capa sobre o plano europeu de resgate, dizendo que "não põe fim à crise do euro". E questiona a busca de apoio dos Brics: "Por que a China ou o Brasil deveriam investir um bocado quando a Alemanha está resistindo em pôr mais dinheiro?". Sobre o Brasil, volta a cobrar prioridade à inflação, não ao crescimento. A revista britânica também divulga a nova pesquisa Latinobarómetro, que registrou queda no apoio à democracia por toda a América Latina, o que credita, de modo geral, ao "descontentamento do progresso". Ou seja, os latino-americanos, agora "menos pobres, querem serviços públicos melhores".

As Assombrações


No Valor Econômico, Larry Summers, ex-secretário do Tesouro americano, diz que “o Brasil é um país com potencial de crescimento assombroso, que não lembra de modo nenhum o país que há pouco mais de uma década enfrentava sérias dificuldades financeiras”.
“Summers lembrou que, em 1999, quando negociava com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seus “bons amigos” Pedro Malan e Armínio Fraga para ajudar o Brasil a sair de uma crise, seria inimaginável pensar que, 12 anos depois, o Brasil conseguiria acessar o mercado internacional em condições melhores não apenas que Grécia, Portugal, Espanha e Bélgica, mas também França”.
Não era inimaginável, apenas não se queria imaginar isso. O Brasil, na cabeça de  seus “bons amigos” era aquela coisinha miúda, que botava uma roupinha imitando as da corte e entrava ali, limpando os pé e se portando direitinho, para os moço tratá nóis bem. Mas na reportagem,  Mr. Summers  diz  que o Brasil não tem sido “imune” ao nacionalismo econômico, criticando medidas que privilegiam empresas e produtores nacionais em detrimento dos estrangeiros. Segundo ele, é algo “tentador” no curto prazo, mas que no longo prazo não tem efeito positivo. Mr. Summers, o senhor, que gostava tanto de citar a frase de Lord Keynes – quando mudam as circunstâncias, eu mudo de opinião – , não está vendo que as economias que não se protegem ficam estagnadas e vão para o brejo a cada solavanco que vocês arranjam lá, nas obsoletas locomotivas da economia mundial? Não vê que seu país está em crise, torcendo para que a economia chinesa venha salvar o emprego nos EUA? O Brasil sempre foi o que era porque seus governantes sempre foram "bons amigos".

segunda-feira, outubro 24, 2011

Contra-ataque


O londrino Telegraph, noticiou primeiro, "Aflições de dinheiro do WikiLeaks trazem fim do vazamento de segredos". E no Guardian, "WikiLeaks suspende publicação para lutar contra bloqueio financeiro". Em suma, sob pressão da Casa Branca de Barack Obama e do Bank of America, Visa, Mastercard, PayPal e Western Union vão conseguindo calar uma fonte de revelações sobre as ações americanas no mundo. Por outro lado, o australiano The Age destaca que o WikiLeaks informou que vai reativar o sistema de recebimento de vazamentos no dia 28 de novembro, aniversário da divulgação dos despachos diplomáticos dos EUA. O sistema estava fora do ar havia quase um ano, depois que um ex-integrante, hoje alinhado aos críticos do WikiLeaks, removeu software e inviabilizou as operações, além de furtar os dados sobre operações do Bank of America, que seriam o vazamento seguinte. Aqui, "WikiLeaks precisa de você".

sexta-feira, outubro 21, 2011

Soft Power


O colunista do New York Times Anand Diridharadas, defende mudar a "definição de modernidade". Questiona o "tipo humano moderno", mais "livre" mas também mais "friamente sozinho", que se estabeleceu no Ocidente e que "agora alguns bilhões de recém-chegados estão se esforçando em copiar". Diz que "recomendar 'desenvolvimento' à China ou ao Brasil é recomendar um complexo com vantagens e, sabemos hoje, armadilhas profundas", como "o vício por coisas materiais", poluição, "desgaste da família", "crianças que abandonam seus pais".

Educação


Uma das prioridades definidas pela Presidenta Dilma Rousseff é a Educação, que vive um momento de transição, avançando decisivamente para superar as seguidas décadas de atraso, fruto do descaso das elites dominantes deste país. A meta é conseguir dar um salto de qualidade no setor, aliando os progressos educacionais aos tecnológicos e de inovação, pilares de um país desenvolvido e capacitado. No entanto, esse caminho é repleto de obstáculos, de diferentes ordens. Convivemos com uma realidade educacional em que ainda há muito a ser feito tanto no que se refere à qualificação e valorização do corpo docente e dos conteúdos educativos, quanto no campo da universalização do ensino público. Em suma, o quadro é uma somatória de problemas históricos com dificuldades atuais e desafios futurosNo que concerne ao ensino superior, crucial para atender à demanda crescente no país por mão-de-obra qualificada, o Governo Federal coleciona avanços. Evidente que estou falando do Enem, ProUni, Pronatec e da construção e melhoria de 14 novas universidades. O Valor Econômico revelou recentemente que a construção dos novos campi de universidades federais permitiu a inclusão de cerca de 40 municípios do interior no mapa do ensino superior gratuito. As matrículas saltaram de 25 mil, em 2006, para mais de 80 mil neste ano. A oferta de cursos nas novas federais foi pensada conforme a localização e as características para o desenvolvimento regional, uma diretriz importante. O orçamento para a expansão das federais dobrou sob o Governo Lula, passando de R$ 12 bilhões para R$ 24 bilhões em 2010Mas alguns aspectos que ajudam a dimensionar o quanto conseguimos avançar não ganham a merecida repercussão. Um deles é a confirmação pelo STF da constitucionalidade do piso nacional dos professores, questionada por Estados governados pela oposição. Com a decisão do Supremo, o piso salarial passa a ser uma realidade em todos os níveis da esfera pública. Para 2012, a previsão inicial do Ministério do Planejamento é de que o piso passe de R$ 1.100 para cerca de R$ 1.400. Trata-se de uma grande vitória de todos os professores e da sociedade, que se soma à nossa liderança na América Latina na produção científica e à melhoria no ranking de inovação — estamos em 47º lugar hoje. Além disso, estima-se que o investimento mínimo por aluno do ensino fundamental para 2012 fique acima dos R$ 2.000. Se quisermos realmente colocar o Brasil na rota do desenvolvimento, precisamos investir pesado em Educação, solucionando velhos problemas ao mesmo tempo em que qualificamos a atual oferta de serviços públicos. Isso significa completar o caminho de maior dotação orçamentária, sem dúvida, mas também percorrer a estrada da introdução da tecnologia e da inovação no cotidiano de professores e alunos.